INTELIGÊNCIASMÚLTIPLAS: NOVAS POSSIBILIDADES PARA O PROFESSOR NA TAREFA DE EDUCAR
Paula MacedoMaciel Brehm [1] Ibrahim Georges Cecyn Moussa
RESUMO
Uma pedagogia alicerçada na Teoria dasInteligências Múltiplas, centrada no indivíduo, pode tornar possível a tarefade educar para o entendimento, necessitando, para tanto de formas diferenciadasno ato de aprender e de ensinar. Portanto, esta pesquisa de cunho bibliográficovisa responder a seguinte inquietação: Como trabalhar com as Inteligências Múltiplas buscandoo pleno desenvolvimento dos educandos? Na busca de responder a indagaçãoobjetivou-se reconhecer a importância do professor trabalhar com atividadesdiferenciadas a fim de proporcionar a aprendizagem de todos os alunos,entendendo seus limites e possibilidades, reconhecendo as InteligênciasMúltiplas como uma nova alternativa para a prática pedagógica docente, bemcomo, evidenciar que os professores devem considerar seus alunos na totalidade,valorizando as mais distintas formas de demonstrarem competências ehabilidades. Com isso, o professor passa a ter um novo papel em sala de aula: éo organizador, consultor e mediador desse rico processo de construção deconhecimento. Será o responsável por apresentar situações ao grupo de alunos,incentivar a criação de estratégias e procedimentos de solução, estimular atroca de idéias, apontar fontes de pesquisa e apresentar aos alunos assemelhanças e diferenças entre o que construíram e o saber social convencional.
Palavras-chave: Inteligências Múltiplas; Aprendizagem;Metodologias; Alunos.
INTRODUÇÃO
As mudançasno mundo ocorreram e ocorrem de forma acelerada, novas exigências aparecem,novas habilidades estão sendo exigidas, e a educação também necessitou demudanças, mudanças de visões e paradigmas, teorias começaram a ser refutadas eoutras ganharam cada vez mais espaço e atenção.
O homem torna-seum novo cidadão, isto é, ele busca ser uma pessoa mais feliz, criativa, capazde tomar decisões éticas e equilibradas na razão e emoção. Por esse motivo, pesquisassobre o cérebro são desenvolvidas e contribuem, consideravelmente, para umanova conceituação de inteligência, poisdurante muito tempo a concepção dominante da inteligência foi a de algo quepodia ser medido. De acordo com esta perspectiva, cada sujeito nascia com umadeterminada quantidade de inteligência, a qual era herdada e passada de umageração para outra.
Entretanto algumasreflexões acerca da inteligência parecem confirmar uma tendência a acreditarque não existe uma inteligência única, uniforme, igual para todos, mas sim umamultiplicidade de inteligências, portanto a teoria das inteligências múltiplasoferece alternativas no campo da educação, abrindo possibilidades ligadas anovas metodologias para o desenvolvimento de todos os educandos.
Em nossa prática educacional,ouvimos constantemente falar dos problemas relacionados à aprendizagem, à faltade interesse, à desmotivação, ao fracasso dos alunos, à falta de apoio familiarna educação dos filhos e professores trabalhando com salas superlotadas. Emboraexistam constantes estudos e novas teorias sobre o desenvolvimento daaprendizagem e da cognição, falta uma prática que vislumbre a busca deresultados.
Vive-se um momento único nahistória da educação, pois de uma forma ainda muito tímida as InteligênciasMúltiplas começam a ser discutidas nos ambientes acadêmicos e velhos paradigmase práticas começam a ser repensados. O desenvolvimento da neurociência, ainteligência, os testes de QI, a grande ênfase ao foco linguístico elógico-matemático nos meios acadêmicos começam a ser questionados e estudadospossibilitando repensar na pluralidade das inteligências e por consequência naformação de um sujeito mais integral.
Diante do exposto, esta pesquisabibliográfica tem como problema a seguinte questão: Como trabalhar com asInteligências Múltiplas buscando o pleno desenvolvimento dos educandos? Nabusca de responder a indagação objetivou-se reconhecer a importância doprofessor trabalhar com atividades diferenciadas a fim de proporcionar aaprendizagem de todos os alunos, entendendo seus limites e possibilidades,reconhecendo as Inteligências Múltiplas como uma nova alternativa para aprática pedagógica docente, bem como, evidenciar que os professores devemconsiderar seus alunos na totalidade, valorizando as mais distintas formas dedemonstrarem competências e habilidades.
- INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: UMA NOVA POSSIBILIDADE PARA O SUCESSO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
A necessidade de inovar, apreocupação com a educação, com diferentes métodos, as novas teorias, desafiamos professores a mudar. Modificar, atualizar para estimular, possibilitar a todosa construção do conhecimento, reconhecendo que este não se dá de uma maneiraúnica e linear. Assim como há diferentes alunos, com diferentes anseios, estadiversidade atinge também a aprendizagem, ou seja, há diversas formas deensinar e aprender.
Diante do exposto,evidencia-se que nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Fundamental eMédio já se observa a preocupação com a diversidade que existe. “Vivemos numaera marcada pela competição e pela excelência, em que progressos científicos eavanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que ingressarão nomundo do trabalho” (BRASIL, 1998). Isto leva a refletir que a escola deve prepararum ser dinâmico e bem preparado, onde não é possível dominar somente um saberpronto e acabado, é preciso valorizar as diferentes inteligências.
Sendo assim, para ospesquisadores e críticos da concepção de uma inteligência única, que pode sermedida e comparada, há evidências persuasivas da existência de diversascompetências intelectuais humanas, indicando que a inteligência consiste emalgo muito mais amplo que apenas a capacidade de dar repostas. Na atualidade,ser inteligente é ser capaz de dominar uma multiplicidade de assuntos,técnicas, ser capaz de conviver harmonicamente com a tecnologia, criticar etransformar a realidade que se apresenta, ou seja, não corresponde somente adar respostas precisas a perguntas, mas conviver em um mundo cada vez maisdiverso, exigente, e porque não dizer excludente.
Albert Jacquard(geneticista francês), alegou que a inteligência é determinada por apenas 50%dos caracteres herdados geneticamente. Os outros 50% sobraram para sertrabalhados por estímulos do ambiente e pelo esforço do sujeito.
Segundo o médico francêsJean-Pierre Changeux, os neurônios são altamente especializados. As célulascerebrais são eternas aprendizas e se a informação não chega, na forma de umestímulo do mundo exterior, elas atrofiam, ou seja, o cérebro pode aumentar suacapacidade se exercitado corretamente e ocorre o risco de definhar, casocontrário. Com isso, de nada adianta uma boa genética se o portador de talinteligência não encontrar um meio para desenvolver suas potencialidades. Oestímulo se torna fator definidor do desenvolvimento.
Autores como Campbell,Campbell e Dickinson (2000, p. 22) elucidam que:
As inteligências sãolinguagens que todas as pessoas falam e são, em parte, influenciadas pelacultura em que a pessoa nasceu. São as ferramentas para aprendizagem, resoluçãode problemas e criatividade que todos os seres humanos podem usar.
Por isso, a inteligência éalgo difícil de mensurar, temos inteligências diversificadas, e umas maisevidenciadas do que outras. Porém o fato de não termos habilidades em umadeterminada área não significa que não sejamos inteligentes.
A inteligência é,pois, um fluxo cerebral que nos leva a escolher a melhor opção para solucionaruma dificuldade e que se completa como uma faculdade para compreender, entreopções, qual a melhor; ela também nos ajuda a resolver problemas ou até criarprodutos válidos para a cultura que nos envolve (ANTUNES, 2000, p. 12).
Portanto, uma competênciaintelectual humana deve apresentar um conjunto de habilidade de resoluções,capacitando o sujeito a resolver problemas ou dificuldades que ele encontra e,quando adequado a criar um produto eficaz deve também apresentar o potencialpara encontrar ou criar problemas, por meio disso propiciando a aquisição deconhecimento novo.
Partindo do exposto, ressaltam-se, então, as idéias deGardner (1995), que não fala mais de uma inteligência, mas de “inteligências”,as quais a lógica matemática e lingüística são colocadas na mesma condição dasdemais. O autor buscou ultrapassar a noção comum de inteligência, como sendo umpotencial que cada ser humano possui em maior ou menor extensão e discorda queeste potencial possa ser medido por instrumentos verbais padronizados comoteste de Q.I.
Para Gardner (1995), a inteligência consiste nahabilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativosem um ou mais ambientes culturais. Em cada pessoa, tais inteligências secombinam de forma diferente. Na educação, a Teoria das Inteligências Múltiplasimplica o desenvolvimento de avaliações adequadas às diversas habilidades, acriação de currículos específicos para cada saber; um ambiente educacional maise amplo e variado.
Na visão do autor já citado, todas as pessoas podem servalorizadas pelas inteligências ou habilidades que possuem, sendo que o valorque a sociedade empresta a esta ou àquela inteligência subordina-se à culturainerente ao tempo e local em que se vive.
De acordo com Gardner (1995, p. 18) “é da máximaimportância reconhecer e estimular todas as várias inteligências humanas etodas as combinações de inteligências. Somos tão diferentes em grande parteporque possuímos diferentes combinações de inteligências”.
De acordo com este mesmo autor, a implicação de suateoria é que a aprendizagem e o ensino devem ser focalizados sobre asperspectivas de inteligências particulares de cada pessoa, bem como, chama aatenção para o fato de que inteligências diferentes representam não somentedomínios diferentes de conteúdo, mas também modalidades de aprendizagem.
Sua teoria desafiou crenças tradicionais nos campos daeducação. Enquanto as abordagens tradicionais de inteligência centralizavam ofoco da matriz de talento no próprio indivíduo, a Teoria das InteligênciasMúltiplas abre um leque de possibilidades e de valorização dos potenciais, nãoapresenta testes, não classifica e não rotula as pessoas. Tem por base, aamplitude e a democratização do ritmo de aprendizado.
A versão de Gardner (1995), é bem aceita quando afirmaque inteligência não pode ser vista como algo unidimensional e singular. Eleenfatiza que o importante não é a classificação, de quais ou quantasinteligências o aluno possa ter. Mas sim constatar que todas as crianças têmvárias inteligências e que todas elas precisam e podem ser desenvolvidas. Éevidente que algumas inteligências sobressairão mais que outras isso dependerá do potencial de cada educando.
Nessa perspectiva o autor considera que a teoria dasInteligências Múltiplas foi desenvolvida como uma explicação da cognição humanaque pode ser submetida a testes empíricos. Além disso, a teoria parece contervárias implicações educacionais que merecem ser consideradas.
As Inteligências Múltiplas incluem as dimensõeslingüísticas (expressa no orador e escritor); lógico-matemática (associada àcompetência de desenvolver raciocínio dedutivo); espacial (associado aoarquiteto e ao geógrafo que percebem a forma conjunta); musical (representa umsentimento puro na humanidade e o mundo sonoro); cinestésico - corporal (manifesta-sena linguagem gestual, mímica e se apresenta no artista e atleta); naturalista (remeteao ambiente e à identificação com outras formas de vida); intrapessoal(concerne a todo aquele que vive bem consigo mesmo) e a interpessoal (revela opoder de bom relacionamento com os outros e a sensibilidade para identificar asua motivação, intenção e autoestima).
Portanto, na organização do espaço e do ambiente, éfundamental o papel da comunicação entre todos os envolvidos no processo detrabalho de classe. A turma define a situação que dá sentido às mensagenstrocadas. Portanto, ela não se resume à transmissão de idéias e fatos;tratamos, principalmente, de oferecer novas formas de ver estas idéias, depensar e relacionar as informações recebidas, de modo a construir novossignificados.
De acordo com as ideias de Piovesan e Grazziotin (2004,p. 07) “os indivíduos devem ser preparados para conviver numa sociedade emconstantes mudanças, assim como devem ser construtores do seu próprioconhecimento”. Os professores passam então a ser facilitadores, onde o processode aprender a apreender é privilegiado, ocupando o lugar da memorização ereprodução.
O aluno deve ser visto como alguém capaz, possuidor dediferentes inteligências e capacidades, por isso o professor deve valorizartodas suas habilidades, bem como, perceber que os alunos têm distintas maneirasde aprender, incentivando a todos independente de suas capacidades. Nestesentido Gardner (2000, p. 185) ressalta que “como educadores enfrentamos umaescolha inevitável: ignorar estas diferenças ou reconhecê-las”.
Nesta mesma perspectiva Moran, Masetto e Behrens (2000,p. 73) alertam que o “desafio imposto aos docentes é mudar o eixo de ensinarpara optar pelos caminhos que levem ao aprender e torna-se essencial queprofessores e alunos estejam num permanente processo de aprender a aprender”.
Sendo assim, seria papel da escola valorizar osconhecimentos que a criança já possui, oferecendo maiores condições eoportunidades para que ela desenvolva suas potencialidades através de umaeducação centrada no sujeito, que levasse a sério às inclinações, osinteresses, a troca de experiências, as discussões, a interação e os objetivosde cada aluno. Como acrescentam Moran, Masetto e Behrens (2000, p. 13) “[...]educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas emprocessos permanentes de aprendizagem”.
Portanto, o que se propõeé a criação de um ambiente positivo que incentive os alunos a imaginarsoluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses, justificar seuraciocínio e validar suas próprias conclusões. Neste ambiente a autonomia éestimulada e os erros fazem parte do processo de aprendizagem, devendo serexplorados e utilizados de maneira a gerar novos conhecimentos, novasinvestigações, em um processo permanente de refinamento das ideias discutidas.Assim, à medida que se sente em um meio sobre o qual pode discutir, decidir,realizar e avaliar, o aluno adquire condições para a aprendizagem e vivesituação favorável a ela.
Piovesan e Grazziotin(2004, p. 09) acrescentam que “os alunos têm formas de pensar muito diferentes.Portanto, nem todos aprendem da mesma forma”. Entra em tela a importância dasInteligências Múltiplas como forma de fazer com que a maioria dos alunos atinjao sucesso. Ponto importante é que todos devem ser tratados como indivíduoscapazes de construir, reformular ideias, transformar, e, para isso o professordeve ser um constante estimulador, diversificando seu trabalho a fim de atingira todos em sala de aula, permitindo que cada aluno desenvolva suas inteligências.
Gardner (1995, p. 33)ressalta que o conceito de inteligência “não se limita à capacidade deaprender, mas principalmente à maneira como se aprende o mundo e se propõemsoluções aos problemas que se apresentam”.
Pesquisadorese estudiosos sobre esse assunto afirmam que há muito a desenvolver no campo dainteligência humana, ainda muito pouco explorada. Dentre eles podemos apontaros estudos de Celso Antunes (1998), que trabalha dentro da versão de Gardner(1995), mas enfatizando os benefícios da Teoria das Inteligências Múltiplas, para o trabalho doprofessor enquanto mediador e não como transmissor do conhecimento.
Durantemuito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir” e, nesse contexto, o alunoera um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor nãonecessariamente presente nas necessidades do aluno. Ele oferece aoprofessor, independente do nível de ensino ou da disciplina que ministram meiose instrumentos para dinamizar suas aulas, colocando-as em situação similar aque é praticada nos centros educacionais mais avançados. “Não há sentido na existência da escola se ela não forjar estímulos parao desenvolvimento da inteligência, nem haverá necessidade de professores se oser humano não tivesse qualquer tipo de problema” (ANTUNES, 2001, p. 07).
O autor propõe atividades, jogose estratégias para o uso de estímulos, das diferentes inteligências dos alunosem sala de aula, que não envolve custos ou despesas materiais significativos e quepodem ser desenvolvidos para qualquer faixa etária e nível de escolaridade, emqualquer disciplina do currículo escolar.
Neste sentido, Piovesan eGrazziotin (2004, p. 32) salientam que o “professor tem o papel de estimulartodas as inteligências de modo a melhorar a forma de cada aluno lidar com os problemasque enfrenta na vida. Assim, as pessoas se sentirão mais competentes e melhoresem relação a si mesmas”.
Nesta mesma perspectiva Antunes(2000) elucida que o maior desafio do educador é conhecer cada criança como elarealmente é, saber o que ela é capaz de fazer e centrar a educação nascapacidades, forças e interesses da criança.
Cabe ao professor gradativamentefazer com que seus alunos sintam-se responsáveis por sua própria aprendizagem,fazendo-os descobrir de que forma podem ser melhores sucedidos nesta tarefa.Para isso, o planejamento torna-se imprescindível.
Quando o professor estimula asInteligências Múltiplas ele modifica continuamente seu fazer, pois horatrabalha com o corpo, com a musicalidade, com o movimento, enfim faz os alunosinteragirem de forma diferente, cria oportunidades múltiplas de aprendizagem.Faz da sala de aula um espaço de troca, experiências, discussões, interação.Busca incentivar todos os alunos, sendo facilitador, estimulador e observadorao mesmo tempo. Este tipo de educador percebe o erro como uma novapossibilidade de alcançar os objetivos.
Diante disso, Gardner (1995)descreve como escola ideal aquela que leva em consideração que nem todas aspessoas têm os mesmos interesses e habilidades, isto quer dizer que nem todosaprendem da mesma maneira. Afirma que é muito melhor oferecer uma variedade deestratégias pedagógicas ao aluno do que uma única, deve-se respeitar as váriasinteligências e as diferentes maneiras de adquirir conhecimento, de aprender.Esse mesmo autor acrescenta que os talentos só se desenvolvem porque sãovalorizados pelo ambiente.
Armstrong (2001) reforça que ateoria das inteligências múltiplas alerta que não há um conjunto de estratégiasde ensino que funcione melhor para todos os alunos, mas o professor deve criarestratégias de ensino com base nessas múltiplas inteligências a fim de fazer osalunos interagirem de diferentes maneiras.
Segundo Perrenoud (2000), aoensinar, o professor deve todo o tempo “agir na urgência” e “decidir naincerteza”, sendo que seu domínio sobre as situações de ensino propostas édeterminante para o sucesso das aprendizagens.
Não há um só caminho, nemuma forma que possa ser considerada como a correta para conduzir uma educaçãofundamentada na teoria das Inteligências Múltiplas.
Por fim, uma escola, ou umeducador, que leve em consideração às inteligências múltiplas para repensar efundamentar sua prática precisa personalizar seu ensino e seus projetoseducativos. Nenhum princípio estabelecido pela teoria terá significado se osalunos continuarem a ser trabalhados de modo homogêneo.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Ao trabalhar com asInteligências Múltiplas a sala de aula se torna um espaço estimulante eacolhedor, um local sério, mas organizado e alegre, onde a construção do conhecimentoe a busca de aprender a aprender permeiam todas as relações.É proporcionado acada aluno a oportunidade de se identificar em suas preferências e ações.Trabalhar desenvolvendo as Inteligências Múltiplas é uma tarefa mais exigente edesafiadora, porém os resultados são satisfatórios, pois o professor conseguede alguma forma atingir seus alunos que estão sempre motivados. Todavia, oeducador deve estar aberto às mudanças, inovar, ser um constante pesquisador. Aomodificar a forma de ensinar, explorando as diferentes inteligências epossibilidades dos educandos, é possível motivar, tornando as aulas maisatrativas e interessantes. Devem-se encorajar os alunos a utilizar osconhecimentos prévios para solucionar os problemas. Por isso, os professores estãoconstantemente sendo desafiados a modificarem suas práticas, pois a variedadede estratégias didáticas para levar o aluno a aprender pode ser importanteferramenta para o sucesso escolar.Sendo assim, a prática pedagógica doprofessor deve ser inovadora e flexível, buscando atualizar-se frequentemente,visando provocar situações nas quais aprender passe a ser interessante eprazeroso, exercendo uma ação educativa que respeite e valorize asindividualidades e que esteja atento ao processo de cada aluno, conscientizando-seque o desafio não está simplesmente centrado nas informação que sãotransmitidas, mas sim na maneira como são transmitidas, assim pode sertransformada a tarefa de ensinar em um grande desafio. Ao trabalhar com asInteligências Múltiplas na escola se abre mais possibilidades para novosinstrumentos a fim de atingir os objetivos educacionais, elas valorizam mais oeducando e dão menos ênfase ao currículo pré-estabelecido e muitas vezesimutável. Possibilitam abandonar a visão da educação bancária onde no aluno sedeposita o conhecimento em favor de um ambiente educacional mais amplo evariado, onde os processos avaliativos também sejam adequados as diversidadeshumanas. Ressalta-se que o professor precisa oportunizar diferentes métodoscapazes de desenvolver as diversas inteligências, mas para isso a educação deveestar centrada no indivíduo e, isto, depende cada vez mais do comprometimentodas pessoas envolvidas nesta tarefa de educar. Uma educação voltada para asInteligências Múltiplas favorece a inclusão, mantém o ambiente escolar atraentee rico em estímulos, unindo o conhecimento, a disciplina, o rigor e a alegriaque o aprendizado requer. É possível oportunizar o aprendizado valorizando acultura, respeitando o ritmo de cada um. Conclui-se que trabalho com as InteligênciasMúltiplas em sala de aula, não exige uma única abordagem pedagógica. A tarefado educador mediante tal proposta é explorar através de instigações oenvolvimento cognitivo do aluno no desenvolvimento e na busca constante depossíveis soluções para os diversos problemas multidisciplinares que os cercam.
REFERÊNCIAS
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CAMPBELL, L.; CAMPBELL, B.; DICKINSON, D. Ensino e aprendizagem por meio das inteligênciasmúltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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