Centro Educacional Reeducar

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

O ASPECTO INTELECTUAL E A APRENDIZAGEM NOS PORTADORES DA SINDROME DE DOWN.


O ASPECTO INTELECTUAL E A APRENDIZAGEM NOS PORTADORES DA SINDROME DE DOWN.

Fernanda Renata Silva dos Santos [1]

Ibrahim Georges Cecyn Moussa [2]

RESUMO

O presente artigo aborda a realidade da educação inclusiva e as crianças com síndrome de Down na rede regular de ensino. Mostrando que essa realidade faz parte do nosso cotidiano, e que a escola e alguns professores não estão preparados para receber essas crianças. Essas idéias ou mesmo desculpas não podem ser mais aceitas, porque as crianças estão incluídas e precisamos nos adequar a essa nova realidade. E principalmente saber que é possível o aprendizado dessas crianças, mesmo sabendo de suas limitações. Fazendo com que essa criança se adapte ao ambiente escolar, para que se sinta como as outras. Superar o preconceito existente, começando pelos professores. E principalmente encorajar essa criança a conquistar a sua independência. Espera-se que a escola ofereça tipos de vivências estimulantes e ricas que fazem o mundo parecer um lugar interessante para viver, fazer com que possam se relacionar com outras crianças. Alguns pais pensam que a escola deve ensinar apenas a leitura, escrita e aritmética; embora haja necessidade dos conteúdos acadêmicos, ela deve também prepará-los para todas as áreas da vida.

PALAVRAS – CHAVE: Diferença; Exclusão; Inclusão; Subjetividade.

  1. INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje vem se observando a preocupação dos professores com os alunos portadores de deficiências.

E principalmente a dificuldade de aceitação por parte de ambos. Em primeiro lugar o professor precisa aceitar e saber das limitações dessa criança.

Saber que essa criança mesmo dentro de suas limitações será possível o seu aprendizado, preparar o ambiente escolar para receber e acolher essa criança, fornecer estímulos para que esse aprendizado realmente aconteça.

E que essa criança comporta certa lentidão no seu processo de aprendizagem, e que este problema pode estar muitas vezes ligado ao seu lado afetivo, bloqueando-a para o seu maior desenvolvimento.

Portanto essa aprendizagem que envolve esse aluno é influenciada por traços biológicos, psicológicos, pelo modo como essa criança se insere no meio familiar, sócio-cultural e pela maneira como esse ambiente reage em seus confrontos.

Saber se esta criança apresenta preparo emocional para relacionar-se com outras pessoas e o ambiente, a escola está adequada para receber esta criança?

Será preciso que haja uma adaptação no conteúdo para fornecer todos os elementos necessários para atender os desafios de educar uma criança portadora de síndrome de down.

Aprofundar conhecimentos sobre o aspecto intelectual e a aprendizagem nos portadores da síndrome de Down; compreender o que é a deficiência enfatizando a síndrome de down, reconhecendo principalmente seus avanços.

Ajudar essa criança a se adaptar dentro do espaço escolar, encorajar a tentativa da criança para conquistar a sua independência.

Assim ofecerendo uma base fundamental de vida, encorajando o desenvolvimento de vida, encorajando o desenvolvimento de habilidades acadêmicas, físicas e principalmente a independência em sua vida diária e social.

A metodologia utilizada para realizar essa pesquisa será baseada no método dedutivo e fundamentada em pesquisa bibliográfica de obras publicadas de autores que possuem relação com o tema abordado oferecendo meios para esclarecer melhor o assunto.

E através de problematização usar novos conhecimentos que favoreçam o desenvolvimento do aluno, sendo possível comprovar que o desenvolvimento dessas crianças é possível mesmo dentro de suas limitações.

2. O PAPEL DA ESCOLA

A escola tem o papel de estimular o conhecimento, de despertar o interesse e proporcionar um ambiente acolhedor e que transmita confiança a esse aluno.

A escola deve ser vista como um local onde o educando deve aprender a apreender. Ter autoconhecimento ou autoconsciência significa identificar os acertos e insuficiências, as vantagens, potencialidades e as dificuldades que envolvem um processo de reflexão sobre a prática desenvolvida.

Certamente espera-se que a escola ofereça tipos de vivências estimulantes e ricas que fazem parecer um mundo interessante para viver, fazer com que possa se relacionar com outras crianças. Alguns pais pensam que a escola deva ensinar apenas a leitura, escrita e aritmética, embora haja necessidade dos conteúdos acadêmicos, ela deve também prepará-los, para todas as áreas da vida.

  1. O PALPEL DO PROFESSOR

Conhecer as limitações e as capacidades desse aluno, estar preparado para este novo desafio.

Ter a responsabilidade e o dever de ajudar essa criança a se adaptar e acomodar-se no ambiente escolar. É muito importante que essa criança seja colocada em uma situação em que consiga um desempenho escolar, fazendo com que se sinta encorajada, aumentando a sua autoestima e estimulando novas tentativas, que muitas vezes o incentivo e o apoio correto e necessário podem determinar o grau de esforço desprendido para realizar a tarefa.

Muitas vezes o sorriso, um gesto de aprovação por parte do professor, algumas palavras de elogio, são geralmente suficientes para a criança se esforçar um pouco mais. Sempre lembrando que a criança se anima com a aprovação do adulto.

Aproximando-se de inicio de forma positiva e aceitável para a criança, a orientação e a aprendizagem se concretizarão de uma forma satisfatória para ambas as partes.

Sendo que possui certo atraso no desenvolvimento da linguagem um menor reconhecimento das regras gramaticais, bem como dificuldades na produção da fala ,resultam em que apresentam um vocabulário mais reduzido,fazendo com que não consigam se expressar na mesma medida em que compreendem o que é falado,levando-as a serem subestimadas em termos de desenvolvimento cognitivo,essas alterações lingüísticas também poderão afetar outras habilidades cognitivas,pois a uma certa dificuldade ao usar os recursos de linguagem para pensar,raciocinar e relembrar informações.

Nesse mesmo sentido elas apresentam habilidades de processamento e de memória visual mais desenvolvida do que aquelas referentes às capacidades de processamento e memória auditivas, sendo que as mesmas se beneficiarão de recursos de ensino que utilizem suporte visual para trabalhar as informações.

Foreman e Creuws (1998) partem do principio de que as crianças portadoras de síndrome de Down compreendem mais do que conseguem expressar, contestam esses pontos. Sua argumentação é a de que as crianças que foram expostas ao uso de sistemas de comunicação alternativos /aumentativos, concomitantemente ao uso da linguagem oral, mostram-se menos frustradas em suas relações interpessoais e de aprendizagem por conseguirem expressar melhor desejos e pensamentos, além de terem enriquecido sua linguagem básica, com novos conceitos. Embora reconhecendo que o uso de sistemas alternativo-aumentativos, não seja a solução definitiva para os problemas de linguagem do portador da síndrome de down, Foreman e Crews (1998) defende que o uso desses sistemas permite que a criança alcance uma intervenção comunicativa de melhor qualidade junto ao seu meio possibilitando, e encorajando-a,a “firmar-se”nesse meio com maior propriedade.

Buckley e colaboradores (1993) observam que alguns cuidados cotidianos na interação com o portador da síndrome de Down, podem impulsionar em muito o seu processo de aprendizagem. Entre esses cuidados, está em apoiar em sinais e símbolos, a fala e as instruções /informações dadas, falar clara e descritivamente-evitando o excesso de palavras, mas narrando ações/situações e usando adjetivos e advérbios, que ajudem a composição de um todo compreensivo mais amplo, proporcionando adicionalmente “pistas” para facilitar a percepção dos códigos e padrões lingüísticos, cotidianamente usados na linguagem falada-e com a face voltada para a pessoa portadora e, sobretudo para que se de tempo e oportunidades para que essa processe as informações e comunique-se satisfatoriamente.

Buckley e Bird(1994,cap 4),discutem várias formas de impulsionar o aprendizado do portador de síndrome de Down, considerando principalmente relevantes a utilização ensino/interdisciplinar ,(tanto em relação pais ,professores,quanto em relação a terapeutas),uso de suportes para manter presente e recuperar a informação ,tais como ábaco,quadros numerados,números,letras de borracha ,objetos de contagem entre outros.

Conquanto haja muita discussão quanto ao processo de desenvolvimento cognitivo do portador de síndrome de down, havendo argumentações que se dirigem a entender esse desenvolvimento, como apenas mais “lento”. Essa perspectiva leve a que se considere que os portadores dessa síndrome devem se desenvolver da mesma maneira, com limitações de aprendizagem e de desenvolvimento cognitivo,assim como de habilidades sociais,e de peculiaridades comportamentais.

Entretanto vários estudos contrabalançam, apontando que o desenvolvimento do individuo portador da síndrome, é tanto quanto o de qualquer não portador, resulta de influencias genéticas, sociais, culturais. Incluindo expectativas havidas em relação as suas potencialidades e capacidades e os aspectos afetivo-emocionais da aprendizagem. Deve-se observar que os portadores dessa síndrome apresentam características peculiares de desenvolvimento, isso não se constitui numa uniformidade e predizer comportamentos e potencialidades. Mesmo do ponto de vista genético é preciso lembrar que o portador da síndrome de Down, possui 22 outros pares de cromossomos, que lhe conferem um poll de diversidades.

Acredita-se que o desenvolvimento cognitivo do portador de síndrome de Down, será tão mais efetivo quanto menor forem os estereótipos a limitarem as concepções que se tem desse.

E através da problematização usar novos conhecimentos que favoreçam o desenvolvimento do aluno, sendo possível comprovar que o desenvolvimento dessas crianças é possível dentro de suas limitações.

‘’O desenvolvimento de uma criança com Síndrome de Down será afetado pelo seu cromossomo adicional. Sua constituição genética estabelece um plano preliminar para o desenvolvimento, ela não predetermina seu resultado final. Os genes são responsáveis pelas deficiências observadas na síndrome de Down; o crescimento e a aprendizagem, em conjunto, com fatores psicológicos, culturais e ambientais favoráveis, podem ajudar a reduzir o impacto dessas deficiências.”(STRAY-GUNDERSEN-2007,p.135).

  1. DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento cognitivo do portador de síndrome de Down, se mostra usualmente marcado por concepções tradicionalmente estabelecidas e sedimentadas.

Contudo, com o avanço de pesquisas que investigam essa síndrome, mostram que essas concepções são errôneas e estereotipadas, necessitando serem revistas.

A síndrome de Down se caracteriza, em sua etiologia, por ser uma alteração na divisão cromossômica usual, resultando na triplicação ao invés da duplicação do material genético referente ao cromossomo 21.

A causa dessa alteração ainda não é conhecida, mas sabe-se que ela pode ocorrer de três modos diferentes.

Essa síndrome acarreta complicações clínicas que acabam por interferir no desenvolvimento global da criança portadora, sendo que as mais comumente encontradas alterações cardíacas, hipotonia, complicações respiratórias e alterações sensoriais, principalmente relacionadas à visão e audição.

Uma concepção infelizmente ainda muito presente em relação aos portadores dessa síndrome, é a de que esses desenvolvem, todos da mesma forma, ou seja, apresentam as mesmas características, incapacidades e limitações orgânicas, motoras e cognitivas.

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda existe muita discussão quanto à natureza do processo de desenvolvimento ao portador de síndrome de Down, havendo argumentações que se dirigem a entender esse desenvolvimento como “apenas” mais lento do que o desenvolvimento neuropsicomotor ou como acompanhando o desenvolvimento neuropsicomotor típico em algumas fases, diferenciando - se em outras. Essa perspectiva leva a que se considere que os portadores dessa síndrome devem se desenvolver da mesma maneira com limitações de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo,assim como de habilidades sociais e de peculiaridades comportamentais ,até agora conhecidos. Entretanto vários estudos contrabalançam essa tendência, apontando que o desenvolvimento do individuo portador é tanto quanto os de qualquer não portador, resultante de influências socioculturais e genéticas; incluindo-se ai as expectativas havidas em relação as suas potencialidades e capacidades e os aspectos afetivo-emocionais da aprendizagem. Deve-se então saber que muito embora os portadores de síndrome de down apresentem características peculiares de desenvolvimento, isso não se constitui uma uniformidade a predizer comportamentos e potencialidades. A ação educacional adotada em relação ao portador de síndrome de Down precisa levar em consideração a concepção de que há necessidades educacionais próprias de aprendizagem relacionadas às especificidades resultantes da síndrome, que devem ser investigadas, reconhecidas e trabalhadas através de técnicas e recursos, de maneira a propiciar que as informações sejam efetivamente compreendidas. Por outro lado as ações educacionais também devem levar em conta o entendimento que cada portador possui um processo de desenvolvimento particular, fruto de condições genéticas, social e familiar. Acredita-se que o desenvolvimento cognitivo dos portadores de síndrome de down será tão mais efetivo quanto menor forem os estereótipos a limitarem as concepções que se tem desse.

6. REFERÊNCIAS

DANIELSKI, Vandelei. A sindrome de Down uma contribuição à Habilitação da criança Down : Embu, SP 2001.


SHEA A.Motor Development Down Syndrome Unpublished Doctoral Dissertation, Havard University Scholl of Public Healt: Boston,1987.

PUESCHEL M.SIEGFRED,.Guia para Pais e Educadores, Livraria Cultural,1984.

CULLEN,M,CRONCK,C.E.PUESCHEL ,S.MSCHNELL,RR E REED,R.B.Social Development and Feeding MILESTONES.IN S.M.Pueschel (ED).The Young Child With Down Syndrome.NEW YORK,HUMTN SCIENC PRESS,1984,PP 227-252.

PUESCHEL, M.SIEGFRED Organizador .Syndrome de Down: Guia para Pais e Educadores, Tradução Maria Regina Lucena Borges Osório. Porto Alegre, RS Artmed 2007.


http:www.abcsaude.com.br-artigo.php ,393 Retirado em 27 de junho de 2010.














[1]Acadêmica do curso de Pós-Graduação em Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, do Centro Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – Censupeg.

[2] Orientador do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, do Centro Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – Censupeg.

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