Centro Educacional Reeducar

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011




ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NÂO VISTA O TERNO PEDAGÓGICO.

Rejane Kuhn Adames [1]

Ibrahim Georges Cecyn Moussa [2]

RESUMO

Este estudo teve como objetivo fazer uma caminhada pela realidade educacional e contextos escolares da educação especial de alunos com altas habilidades / superdotação. Caracterizando e conceituando o seu perfil, as propostas teóricas comparadas à realidade regional. Destacando-se a necessidade de cumprir a resolução da inclusão, baseados na declaração de Salamanca e a formação dos profissionais ligados a esta clientela, instrumentalizando-os visando a formação integral deste alunado do ponto de vista cognitivo e emocional.

Pois “tão grave ou pior de que o uso indevido de recursos públicos é o desperdício de talentos”. ABAHSO

Palavra-chave: Inclusão; Altas Habilidades/ Superdotação; Métodos pedagógicos flexíveis.

“A mais bela viagem não é aquela que nos apresenta novas vista de panoramas, mas aquela que nos dá novos olhos para vermos nas mesmas coisas aquilo que não havíamos visto antes”.

Proust

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho parte da percepção de que a educação tradicional vem trabalhando com um modelo pouco flexível e criativo de ensinar e avaliar, limitando-se, a padrões rígidos e classificatórios, considerando os alunos como se tivesse um único padrão de desempenho e aprendizagem, o que dificulta o processo ensino-aprendizagem que respeita as diferenças. Partindo deste contexto, e considerando que o aluno com altas habilidades, talentoso e superdotado é um indivíduo com desempenho brilhante em alguma ou em algumas áreas do conhecimento, acima da média, podendo apresentar dificuldades ou desinteresse em outras. Surge aí uma questão desafiadora; como trabalhá-los incentivando seus talentos e respeitando suas características individuais. Diante deste desafio e conhecedores que o Brasil, assim como o mundo, precisa desenvolver estas habilidades, incentivando lideranças, artistas, desportistas, matemáticos, diplomatas... Visando o desenvolvimento pessoal, cognitivo e emocional, do aluno de altas habilidades para prestarem grandes contribuições no desenvolvimento da sociedade brasileira e mundial. Deparamos com problemas como: métodos poucos flexíveis e criativos que a maioria das nossas instituições vem praticando, somado ao desconhecimento sobre altas habilidades, que muitas vezes não são detectados, sendo tratados como hiperativos, inquietos, intolerantes e irreverentes deixando de serem estimulados, ficando a margem e rotulados. Muitas vezes professores pela ausência de formação e material de estudo, buscam fórmulas prontas para trabalhar, pois quase inexiste projeto para o reconhecimento, incentivo e trabalho com estes alunos. Recursos humanos de suma importância para a humanidade por parte de Prefeituras, Governo e ONGS. Uma vez, que a educação inclusiva acontece em escolas regulares, aonde a flexibilidade, criatividade, o questionamento, o ir além é um tabu. Isto gera um desconforto, pois não existe um modelo pronto, sendo necessário que o professor se instrumentalize, apresente materiais que incitem a imaginação, aceitando que o aluno utilize perspectivas diferentes, trabalhando de forma pouco convencional. Tornando-se necessário que a instituição e professores se reestruturem para este trabalho, muitas vezes beneficiando a todos, pois é na troca, na heterogeneidade de pensamentos e potenciais de cada indivíduo que o grupo se desenvolve.

Partindo destas constatações se faz necessário, questionar a formação acadêmica do professor, psicólogo, psicopedagogo, pois, estes profissionais deveriam sair da Universidade com o conhecimento para trabalhar altas habilidades, pois as próprias Universidades se deparam com uma pequena quantidade de material de pesquisa sobre o assunto.

2.0 AS INSTITUIÇÕES E O EDUCANDO COM ALTAS HABILIDADES

As instituições escolares devem estar atentas ao aluno que não se enquadra no terno pedagógico, de alunos que reproduzem, aceitam e muitas vezes não questionam que vão além. Sendo de suma importância o reconhecimento de pessoas talentosas, verdadeiro tesouro para o progresso e evolução da sociedade, seja na área relacional, musical, esportistas, de raciocínio.Se tornando urgente repensar e reestruturar as posturas pedagógicas das escolas e Universidades na educação brasileira.

Portanto, temos como objetivo maior aprofundar conhecimentos repensar posturas, abrindo portas de novas alternativas no processo de ensino aprendizagem, para com os alunos com altas habilidades. Superando mitos e preconceitos, sem supor que o mesmo, deverá ter um desempenho de destaque em todas as áreas do conhecimento, compreendendo seus interesses, caracteres pessoais cognitivos e emocionais, baseados em suas potencialidades.

Buscando em várias correntes, recursos teóricos e práticos, refletindo como é importante ter uma postura flexível, criar, questionar nossa prática como educadores, psicólogos e psicopedagogos. Trabalhando de forma humana, integradora e construtivista, envolvendo o alunado na construção do conhecimento, desenvolvendo uma boa autoestima e autonomia voltada para atividades do dia-a-dia e sua colocação futura no mundo, dependendo da estimulação, incentivo e a possibilidade de se experimentar, se conhecer, se questionar, criar na interação escolar e em seu meio. Valorizando suas competências trabalhando com projetos, pesquisas e situações problema.

Usando como metodologia observações e questionários sobre a realidade regional, assim como, pesquisas através de leituras de livros e na internet.

As práticas pedagógicas atuais desencorajam aqueles que refletem que questionam os outros, ocasionando um desperdício das possibilidades intelectuais e criativas em função de uma visão pessimista de recursos e possibilidades de cada indivíduo, principalmente em classes menos favorecidas. Pois é fato que o ser humano tem feito uso de uma parcela muito limitada de seu potencial criador, permanecendo muitas capacidades inibidas por falta de estimulo, de encorajamento ou de ambiente favorável ao seu desenvolvimento.

No dia a dia da realidade escolar é comum acontecer que alunos habilidosos não sejam estimulados. Pois num país repleto de carência, não se considera prioritário o atendimento diferenciado para quem já foi beneficiado com um dom especial. Cupertino, 1999, diz: que os superdotados estão escondidos nas salas de aulas comuns, como que se seus talentos fossem invisíveis. Muitas vezes a sociedade olha a superdotação numa perspectiva de privilégio, associada geralmente a competência acadêmica. Considerando que esses alunos dispensariam qualquer atendimento especializado. Segundo Cupertino, 2008, essa leitura tem gerado situações de segregação e / evasão escolar, inclusive com o encaminhamento desses alunos para serviços voltados a deficiência cognitiva ou problemas comportamentais.

Tanto Roger (1959) como Rollo May (1982) apud Alencar foram enfáticos em apontar o fracasso da escola no processo de favorecer a criatividade, dando ênfase exagerada no conformismo, na passividade e estereotipia ou limitando as possibilidades de escolha e liberdade de ação, bem com dificultando a exploração de novas idéias e novas possibilidades.

A Declaração de Salamanca, (Unesco & Ministério da Educação e Ciências da Espanha 1994), veio a influenciar as decisões políticas brasileiras junto ao Ministério de Educação no que diz respeito a debates sobre conceitos indicadores, políticas sociais e a atenção educacional dispensada ao alunado com necessidades educacionais especiais.

Consta na Declaração de Salamanca, entre outros aspectos que:

- Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias;

- Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas ampliados de modo que tenha em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades;

- Os programas de estudo devem ser adaptados as necessidades das crianças e não ao contrario, sendo que os que apresentam necessidades educativas especiais devem receber apoio adicional no programa regular de estudos ao invés de receber um programa de estudo diferente.

- Os administradores e os orientadores de estabelecimentos escolares devem ser convidados a criar procedimentos mais flexíveis de gestão, a remanejar recursos pedagógicos, diversificar as ações educativas, estabelecer relações com pais e comunidade.

- O corpo docente e não cada professor deverá participar da responsabilidade do ensino ministrado a crianças com necessidades especiais.

Esse avanço do pensamento político em torno da educação inclusiva abre os horizontes das políticas educacionais, mas traz para a escola a difícil tarefa de romper com paradigma tradicional e propor ações mais amplas que estejam de acordo com a necessidade histórico-culturais da comunidade que a cerca. Pois são as experiências que os alunos têm na sala de aula em seu cotidiano, que definem a sua participação e a gama total de experiências de aprendizagem oferecidas no contexto escolar.

O Parecer nº 17/2001, alerta para o fato de que os alunos superdotados e talentosos fazem parte da comunidade excluída e permanecem à margem do sistema educacional. “São tidas como trabalhosos e indisciplinados”, deixando de receber os serviços especiais de que necessitam, como por exemplo, o enriquecimento e o aprofundamento escolar. Para o Conselho Nacional de Educação e a Câmara de Educação Básica (2001), esta população necessita de estimulações especificas e não aceitam a rigidez curricular escolar.

3.0 RESISTÊNCIAS DOCENTES

Uma preocupação constante dos educadores é a presença em sala de aula de alunos com características fora do padrão da classe, sendo um desafio para o professor trabalhar com este aluno, e reconhecendo com facilidade os alunos que apresentam dificuldades, muitas vezes havendo consenso de que precisam de atendimento extra. Em contra partida os alunos que apresentam um desempenho acima da média, destacam-se em alguma área, tem uma grande motivação e interesse, são criativos ou possuem habilidades de lideranças, esses alunos na maioria das vezes tem apenas reconhecimento, de que é ótimo aluno, com a certeza de que este aluno terá um futuro brilhante. (ALENCAR; FLETH: 2001)

Percebe-se esta realidade bem clara na região, pois em um questionário aplicado a Supervisores escolares, constata-se o desconhecimento dos conceitos teóricos e práticas pedagógicas voltadas para alunos com altas habilidades/superdotação, e consequentemente a dificuldade de identificar comportamentos que podem caracterizar estes alunos, através da lista organizada pelo Mec. Revista nova escola abril de 2009.

O superdotado pode ter qualquer perfil, do mais bagunceiro, ao braço direito da professora, passando pelo tímido. O que o torna diferente é a habilidade acima da média em uma área especifica do conhecimento. Podendo ter razões genéticas ou ter sido moldado pelo ambiente, ou os dois fatores combinados. O professor deve estar atento no desenvolvimento de interesse muito maior por um determinado assunto, prestando atenção alunos com vocabulários avançados, perfeccionistas, contestadores, sensíveis a temas mais abordados por pessoas mais velhas que o aluno, e que não gostam de rotina.

O aluno com altas habilidades pode apresentar capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica especifica pensamento criativo, capacidade de liderança, talento especial para artes, capacidade psicomotora superior... Trata-se de um aluno muitas vezes independente, persistente, auto direcionado, inquisitivo, cético, mostrando censo comum e pode não tolerar tolices, mostra percepções e conclusões incomuns, versátil tem interesse acima da sua idade cronológica, resiste à rotina e repetições, expressa idéias e reações freqüentes de forma argumentativas, é sensível a verdade e a honra.

Renzulli apud Sabatella afirma que somente uma habilidade superior não é considerada um indicativo suficiente para caracterizar altas habilidades, precisa haver também, grande motivação para usar a habilidade, devendo ser expressa de modo criativo ou em um grau incomum. Pg. 108. O autor usa uma figura composta pela intersecção de três círculos, concepção dos três anéis, que diz que a superdotação é o resultado da interação de três fatores: habilidade acima da média, envolvimento com a tarefa (motivação) e criatividade.

Sendo necessário que o profissional a assumir como professor tenha clareza dos muitos aspectos constituintes da missão a ser realizada. Ter metas e objetivos, saber o que vai trabalhar e ensinar, mas sem perder de vista, em nenhum momento, para quem está ensinando e é disso que decorre o como realizar.

Pois se a produtividade e a flexibilidade normalmente não chegam a distorcer as relações professor-aluno, o comportamento original costuma predispor negativamente o professor não criativo frente ao aluno inquieto, “extravagante”, “indisciplinado”, “perturbante”, “impertinente”... Como costuma a ser qualificado. La Torre, pág.29.

Acolher, integrar, ensinar inclui dar conta das diversas tarefas do processo ensino-aprendizagem, ou seja, a do aluno concreto, real, seu interesse, conhecimento, estratégia de ensino e contexto cultural histórico em que se situam somado ao compromisso e responsabilidade com o aluno, permitindo avançar na exigência da compreensão da pessoa no processo de ensinar e aprender.

Os alunos em geral, e em especial de altas habilidades necessitam de situações desafiadoras que lhe permitam experimentar o desequilíbrio cognitivo e emocional para que, ao enfrentá-los, atinjam meios e estratégias de superação que contribuam para sua autonomia, elevação da autoestima e apropriação do conhecimento acadêmico, visando seu desenvolvimento integral cognitivo, afetivo e social.

TEVAH (2005), sempre acreditou que o principal desafio das pessoas é ter a capacidade de evoluir. Ele afirma: “acredito que somos dotados de enormes qualidades, predicados que nos dão à base para que possamos alcançar uma vida repleta de realizações, tanto do ponto de vista profissional, como do ponto de vista pessoal”. Entretanto, será a partir da nossa capacidade de aprender mais a cada dia, que surgirá o êxito dos projetos adotados em nossas vidas.

O Universo sofre constantes mudanças, algumas pessoas têm habilidades de prever e perceber com sensibilidade à necessidade que surge a partir de um novo tempo, e repensam as próximas modificações necessárias, sendo estas pessoas que se destacam e possui estas habilidades, estão sempre a frente, adotando novos paradigmas, como diria Walt Disney: “Criatividade é como ginástica, quanto mais se exercita mais forte fica.”.

Em contrapartida quando o ensino é massificado, existe uma burocracia excessiva, acontece de forma mecanicista, o conhecimento se torna reprodutivo e estanque, ficando desprezada a parte criativa e subjetiva. A educação deve ser voltada para a cidadania plena, trabalhando as diferenças de modo que elas enriqueçam o aprendizado de todos. Igualdade não é homogeneidade, as diferenças são produzidas a todo instante, e não podem ser passivamente toleradas. A diferença é que deve ser considera como padrão, pois o normal é seja diferente do outro com suas habilidades, dificuldades, destaques e características pessoais.

Gadner, 1995, desenvolve sua teoria, das inteligências múltiplas, onde os alunos teriam destaques e interesses nas áreas do conhecimento relacional, motor e sensorial. Nominando as nove inteligências: lingüística, lógico-matemática, musical, espacial, corporal, cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista. E em 1998 acrescentou: “Nem todos os gênios monozigóticos (nem sequer os clones), tem a mesma amálgama de inteligência, os indivíduos desenvolvem, a partir de suas experiências, únicas, perfis da inteligência indiossincrática, própria de cada pessoa”.

William James formula a hipótese do grau de aproveitamento das potencialidades humana, afirmando que a pessoa normal, saudável e produtiva faz uso aproximadamente de 10% de sua capacidade.

Vive-se numa sociedade que ensina desde cedo a resguardar a curiosidade, a evitar situações que poderiam redundar em sentimento de perda ou de fracasso. Desenvolvendo uma atitude negativa com relação ao comportamento de correr risco e experimentar, priorizando a busca de segurança. Aprende-se desde cedo, que os comportamentos mais valorizados no contexto familiar e da escola não são os que levam a exploração, a descoberta e muitas vezes ao crescimento.

Percebe-se ao pesquisar na literatura que arquitetos famosos, escultores, matemáticos, pianistas, campeões olímpicos e pesquisadores de destaques, em seus lares eram comuns os pais terem tidos o grande respeito por sua forma de pensar e agir, demonstrando confiança nas habilidades, proporcionando a seus filhos a oportunidade de tomada de decisões. Confirmando que as forças modeladoras da criatividade são muito mais complexas do que poderia supor, exercendo influência a escola, os pais, outros familiares, os colegas e fatores: culturais e sociais.

Segundo Alberto Dellísola, 2010, a criatividade possui importância fundamental no desenvolvimento cognitivo humano. A criança deve ser estimulada a explorar seu campo criativo, e, com o passar do tempo, continuar realizando atividades criativas é fundamental para o desempenho operacional cerebral.

Outro aspecto relevante é que alunos talentosos, com freqüência sofrem pressões de seus pares menos criativos. A necessidade de ser aceito pelo grupo é muito forte, tanto no caso de crianças como no de adolescente ou mesmo em adultos. Eles muitas vezes deixam de apresentar uma produção criativa ou expressar pontos de vista originais para não perderem amizade dos colegas ou para não sofrerem as pressões dirigidas aos que divergem do grupo.

Sendo que o clima educacional existente na sala de aula e os procedimentos utilizados pelo professor são também fatores que contribuem para favorecer ou inibir expressões criativas dos alunos. Métodos de ensino que estimulem o aluno a pensar de forma independente, a testar suas idéias ou se envolver em atividades que agucem a sua curiosidade e que requer o emprego de diferentes habilidades intelectuais, psicomotora, artísticas e relacional favorecendo a expressão criadora. Por outro lado a adoção de um modelo de ensino, que a ênfase é colocada na memória e não na compreensão, cabendo prioritariamente ao professor transmitir aos alunos os conteúdos do programa de tal forma que este seja capaz reproduzir, tende a inibir a criatividade.

Guilford diz que a criatividade é a chave da educação, em seu sentido mais amplo, e a solução dos problemas mais graves da humanidade. 2008.

Pois segundo Augusto Cury, 2006, a produção de conhecimento pode parecer simples, aparentemente, mas a “construtividade do pensamento” é sofisticada e altamente rica. Envolvendo uma psicodinâmica “evoluidissima” nos bastidores da mente, sendo fator determinante na produção de pensamento consciente, expresso nos quadros de pintura, nas relações humanas, na literatura, nos discursos dialético-científicos, enfim os mais variados aspectos da existência. O autor sugere a “tríade da arte da pesquisa”, que envolve a arte de perguntar, duvidar e criticar, fazendo uso da “análise multifocal” das variáveis que contribui para a construção do pensamento.

É preciso também reformular a imagem do aluno ideal onde a obediência, passividade e conformismo, ocupam o lugar central, para se incluir a coragem, ou compromisso, a dedicação, o entusiasmo, a iniciativa, a autoconfiança, traços que contribuem para busca de novas respostas e novas soluções para as questões existenciais, sociais e motivacionais.

A criatividade consiste em 99% de transpiração e 1 % de inspiração, pois a análise do processo criativo relatado por um grande numero de compositores, poetas, matemáticos, artistas tem demonstrado que a criação não surge apenas da inspiração do inconsciente da natureza inexplicável, mas também do esforço, conhecimento, treino, trabalho e envolvimento.

PRADO DIEZ (1999), “ Para mim a criatividade é um múltiplo conjunto de formas e capacidades de pensamento criativo (inteligência lógica analítica, que problematiza, simbólico-matemática, sinótica e integradora, fluída, turbilhante, analógica...) mas sim um conjunto de formas e estilos de expressão e complexos, que somente a energia criativa nos livrará seus riscos”.

Juntando-se a este objetivo é necessário propor o controle do rendimento criativo, já que se deixarmos crescer de forma selvagem pode ser belo, natural, aparentemente tranqüilo, mas, não produtivo podendo tender a atitudes negativas, como por exemplo: Fernandinho Beiramar. Sendo a criatividade necessária para resolver problemas, ela não pode ser abandonada a livre iniciativa.

Fazendo-se necessário criar um espaço para que o cientista que existe dentro de cada aluno, que precisa de um espaço de expressão de questionamento, verdadeiro coração da criatividade, a curiosidade. Associado a valores morais e de controle da impulsividade, contribuindo para a sociedade de forma ética e evoluída.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se com este artigo que alunos superdotados/ altas habilidades, requerem propostas educacionais diferenciados, propondo adaptação e enriquecimento curricular, oficinas para desenvolver habilidades, treinamentos, pesquisas e participação em sala de recursos. Tornando-se necessário a (re) significação, das práticas pedagógicas, respeitando as diferenças individuais, as múltiplas inteligências e varias leituras de mundo. É compromisso do grupo escolar: direção, supervisão, professores elaborar propostas pedagógicas flexíveis e criativas, meios para contribuir com o desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades apresentadas pelos alunos, orientando a família para acompanhamento, estimulação, propor atividades extraescolares: culturais, esportivas, vivenciais. Afim de não se perder esse precioso momento em que um talento esta sendo descoberto Pois talentos estimulados e desenvolvidos terão grandes realizações para o individuo e para sociedade, e mal conduzidos poderão ser geradores de lideres negativos, estrategistas voltados ao crime e a corrupção.

Há duas razões importantes para se ampliar o atendimento a crianças com superdotação/altas habilidades no Brasil; uma perpassa a questão legal, uma vez que o oferecimento a oportunidades educacionais diferentes a alunos com potenciais diversos é uma determinação legal, e a segunda é que estes indivíduos trabalhados e bem conduzidos em termos cognitivos e afetivos poderá garantir a formação de adultos capazes de resolverem os inúmeros problemas que preocupam o país e o mundo.

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[1]Acadêmica do curso de Pós-Graduação em Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, do Centro Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – Censupeg.

[2] Orientador do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, do Centro Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – Censupeg.

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