Do desejo de aprender ao prazer de ensinar: um exercício de autoria de pensamento.
Prof. João Beauclair
Resumo:
Em seu livro "A inteligência aprisionada”, Alicia Fernández nos afirma que a inteligência é construída. No entanto, temos no nosso tempo presente processos de efetivação de diagnósticos que ignoram esta afirmativa e observamos, infelizmente, que na prática pedagógica, metodologias e posturas atitudinais negam espaço para tal construção. Aqui, num exercício de autoria de pensamento, busca-se elaborar provocações ao nossosentipensar sobre o papel do desejo e do prazer no que se refere aos movimentos deaprendências e ensinagens, enfatizando a importância da motivação, da criação de vínculos, do afeto e da amorosidade para promovê-los a posição de protagonistas no cotidiano escolar e na construção da inteligência nos diferentes ambientes que se vinculam em nossa formação. A partir de minhas práticas como educador e pesquisador no campo da Psicopedagogia e da Aprendizagem, abordo tais questões referenciando aspectos plurais da questão, desejoso apenas de organizar alguns pontos de partida com tais provocações sem, no entanto, estar focado em rigores acadêmicos e pleiteando verdades impossíveis. São ideias para se discutir, pontos de vista para se partilhar, enfim, aberturas para que diálogos sejam fomentados.
Palavras chave: Aprendizagem, Psicopedagogia, Desejo, Prazer, Motivação, Vínculos, Afeto e Amorosidade.
Introdução: O que entendo como um exercício de autoria de pensamento?
O conceito de autoria de pensamento integra os referenciais da Psicopedagogia Clínica proposta por Alicia Fernández. Ao longo do tempo, venho ampliando percepções com meus trabalhos psicopedagógicos, fomentando discussões e buscando divulgar tal conceito, aprimorando-o em minhas práticas de docência e de pesquisa. Com o campo de movimentações que se abre a cada um de nós ao estudar e aprender sobre Psicopedagogia, uma questão logo nos é posta: como sair do lugar de alunos, onde sempre estivemos ao longo de nossas formações? Lugar este onde, mesmo com todas as boas vontades de plantão, fomos e ainda somos, em muitos momentos, sujeitos passivos, nem sempre ouvintes atentos, por tantas vezes distraídos com outros temas, coisas outras, latentes em nosso viver.
Territórios do poder? Espaços de reprodução? Ou um tanto imenso de outros nomes que possamos dar a escola em todos os seus níveis de ensino? Acredito que a escola está longe de privilegiar a autoria. Porque tal crença? Para aprender, é preciso ensinar e as fronteiras entre uma coisa e outra é constituição de tênues fios flexíveis quando assim as podemos conceber. Tudo é exercício.
O que eu vejo só eu vejo, pois não nos é possível ver o que o outro vê. Podemos partilhar ideários, sonhos, utopias, movimentos, mas somos singulares, sujeitos de nossas próprias histórias e viventes de nossas próprias desventuras, venturas e aventuras.
Podemos isto sim, partilhar vivências, saberes, medos, conquistas, sonhos, movimentos, mas jamais podemos viver o que os outros vivem. Somente podemos nos aproximar, ver pelos entremeios: podemos nos recusar as visões únicas, perfeitas, monocromáticas e normóticas?
O que eu escuto, sinto e assimilo é o trânsito do meu sentipensar, é a observação subjetivante que se constrói a partir de minhas inteiras ações no mundo, de minhas interações com os outros. O desafio está em se permear com escutas e olhares mais sensíveis que nos aproximem do coração do outro, da vida do outro, mas que nunca a invada, subjugue ou desencante-a (De La Torre e Moraes, 2004).
O aprender, com todas as suas complexidades e contradições, emerge como expressão de nossas movimentações desejosas de mais e melhor Vida: não se condiciona a tão somente dar conta de conteúdos e currículos prontos, não está apenas situado no cumprir tarefas como imposições que se situam no longínquo dos nossos desejos.
Produzir autorias de pensamento é estar em trânsito pelos espaços de produção de sentidos e significados que podem se presentificar em nossas aproximações com o conhecer. Conhecer que se complexifica à medida que desejo ser criativo, intenso, vivo, capaz, criança, poeta, pesquisador, andarilho, solitário, amigo, companheiro, responsável, motivado e motivador estimulante de outros sujeitos para caminhar por sendas parecidas.
Se encontro significados e sentidos no que produzo, é o olhar do outro que confirma a abrangência e a validade do que faço, fazendo reconhecer os espaços e tempos do meu próprio fazer, criando e recriando possibilidades de ser sujeito autor de minha trajetória (Beauclair, 2008a e 2008b).
Nutrimo-nos e nos fertilizamos com este mover-se. Surge, assim, um espaço e um tempo singular onde, como ensinante, sou aprendente e, como aprendente, sou ensinante prezando aberturas de espaços de diálogos, repletos de diferenças e diversidades que fomentam possibilidades de construir, junto aos outros, um aprender prazeroso, participativo, rico e significativo (Beauclair, 2010).
Este espaço e este tempo, sempre singulares em sua constituição, se configuram como um mover-se pelos tantos fios que compõem a Teia da Vida, numa transição repleta de vivências e experiências onde somos organismos e corpos, sujeitos de subjetividades e objetividades, desejosos de conhecimentos e desejosos de saber: ávidos para aprender mais sobre o situar-se, de modo permanente, frente nossas poucas certezas e nossas muitas dúvidas.
Nas experiências do viver, atuando no campo do aprender e do ensinar, hoje sei ser essencial vincular a amorosidade e a afetividade, o lúdico e o cantante, o sujeito epistêmico e cognoscente em aproximações com o sujeito dos sonhos, dos desejos que somos todos nós[1].
Atuando no campo do aprender e do ensinar, nas experiências do viver, sei que somos sujeitos dos desejos dos outros e autores de nossas próprias experiências e vivências, forjadas na contínua história que vamos escrevendo em cada uma de nossas etapas de vida, significadas e ressignificadas em tantas movimentações pelos limites e pelas transgressões.
Sermos autores de nossas movimentações em todo este processo exige de cada um de nós a compreensão de que somos limitados frente às demandas imensas de tantas outras ações no mundo, mas isso não nos impede de nos dedicar ao encontro com a alegria da autoria, partilhada mesmo em nossas constatações de tantas limitações e impossibilidades (Beauclair, 2009).
Com a permanente busca pela teoria, ressignificamos o nosso caminhar, lutamos frente aos processos geradores de indiferenças e apatias e seguimos na proposição de construção de novos sentidos para o nosso fazer, o nosso agir e o nosso estar vivo no mundo (Beauclair, 2007).
São as nossas impossibilidades os motores maiores para este seguir em frente, enredando-nos no pesquisar sobre nossas próprias práticas, criando e recriando modos novos de inventar, intervir e fomentar a autoria, de modo construtivo, relacional e transicional.
Assim, nos cabe perceber que é nos lugares e tempos onde possuímos algum tipo de inserção que podemos semear possibilidades de compreensão novas sobre algumas de nossas dúvidas, ou sobre muitas de nossas certezas. Nossas dúvidas nutrem o nosso mover-se pelos fios do conhecimento, pelas metáforas presentes na imensa Teia da Vida.
Investigar é colocar-se em movimento de rever o que já conheço e buscar perspectivas novas para aquilo que desejo conhecer. Investigar é propor-se a caminhar pela procura de novas perguntas para antigas respostas e, ainda, ousar novas respostas para antigas perguntas, num dialético processo de formular movimentações outras, percorrendo sendas diferentes das que nos acostumamos, de um modo bem cotidiano, a percorrer.
Na compreensão do novo, ou na busca por sua compreensão, podemos avançar de alguns modos. Se os desafios novos se impõem como tal, façamos esforços para intervir de outros modos, exercendo nossas potencialidades de autoria, nos capacitando de modo permanente para irmos além do que nos é dado como verdade. Propormo-nos ao exercício cotidiano da autoria de nossos pensamentos favorece este movimento, impulsiona este avanço: se o pensar pode estar vinculado aos nossos desejos, nossos pensamentos podem fomentar construções novas a partir do que desejamos. [2]
Provocações ao nosso sentipensar: o papel do desejo e do prazer nos movimentos de aprendências e ensinagens.
“Autoria não tem a ver com o que já está feito,
não é compreendida como um produto,
mas como uma abertura para o sempre inacabado;
fala mais de um devir,
um modo de situar-se,
uma ética que tem a ver com o
desejo de produzir e com as possibilidades do outro.”[3]
Podemos afirmar que a produção do desejo e do prazer, como propõe a Biologia do Conhecer[4], reside num domínio consensual de ações e isso não significa que estejam ausentes disputas e antagonismos em seu interior. Aprendemos que um domínio consensual vincula-se ao pertencimento a redes de sentidos difusas e heterogêneas, onde a consensualidade só pode acontecer com o retorno, resultado de ações recursivas que, de certo modo, confere possibilidades de estabilidade no meio do caos e da desordem, onde estamos, inevitavelmente, inseridos[5].
Ao ouvir uma sinfonia, se não existisse a junção do caos de sons diferentes, a harmonia seria inexistente. Práticas e exercícios de autorias resultam de domínios consensuais e se tivermos, tão somente, estruturas previamente estabelecidas, acabaremos por desfavorecer os movimentos de aprendências e ensinagens[6].
Tais movimentos são gerados na dialogicidade, tanto no fazer individual quanto no fazer coletivo, na produção de singularidades e no exercício de protagonismos que nutrem a autoria como produção de reconhecimentos e saídas do anonimato.
A autoria de pensamento como exercício de protagonismos, no âmbito das ações de produção de sentidos e significados no agir e fazer em formação contínua implica em movimentos de subjetivação e de identificação, produzindo diferenças, mas destacando-as no que constitui o sujeito autor: o jogo do identificar-se se diferenciando, que constrói e constitui o sujeito autor, que se reconstrói e reconstitui com os outros, propiciadores de reconhecimentos plurais ao serem sujeitos leitores da autoria, vivificados em todo este processo “(...) e ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal produção.” [7]
Toda autoria é exercida em redes de conversações constituintes de si mesmas e dos sujeitos que a produzem: o sujeito autor emerge na produção de sua singularidade, da diferença que produz com o intuito de ser conhecido e reconhecido no âmbito das próprias dinâmicas presentes nas redes que participa, age, interage, vive.
Portanto o exercer a autoria é um movimento de transformação e reconstrução permanente, lugar plástico e maleável entre subjetividade e objetividade[8], no interior das redes de conversações, onde é possível fazer pensável nossa prática e buscar
“(...) um propósito comum de toda construção teórica; todavia, além disso, coincide com o próprio objeto de intervenção psicopedagógica, pois a psicopedagogia tem como propósito abrir espaços objetivos e subjetivos de autoria de pensamento; fazer pensável as situações, o que não é fácil, já que o pensamento não é somente produção cognitiva, mas é um entrelaçamento inteligência-desejo, dramatizado, representado, mostrado e produzido num corpo. Por isso, muito mais importante que os conteúdos pensados é o espaço que possibilita pensável um determinado conteúdo”. [9]
A meu ver, um dos mais importantes papéis do desejo e do prazer nos movimentos deaprendências e ensinagens é o de entrelaçar-se com a inteligência, pois as redes de conversações sempre acontecem e se constituem ao longo de nossos ciclos vitais, nas diferentes fases de nossas existências como sujeitos de aprendizagens múltiplas. Tais redes nem sempre são analisadas e sentipensadas como possibilidades de exercícios de autoria de pensamento que sejam significativas para todos os que delas participem: vital é mesclar individualidades, autorias pessoais, autorias coletivas, ignorâncias, conhecimentos de si mesmos e dos outros no reconhecer-se no que foi produzido, nas “obras criadas” como registros de aprendências e ensinagens. [10]
Nos processos de compreender a importância do resgate do desejo de aprender e do prazer em ensinar na formação continuada de educadores e inicial em Psicopedagogia, venho apostando na autoria de pensamento como uma maneira de ver e viver, olhar e sentipensar a prática educativa que fomente momentos experienciais e vivenciais no espaço e tempo da sala de aula, onde seja possível o resgate das alegrias de cantar, brincar, vivenciar dinâmicas de grupo, trabalhar com as dimensões da arte, do recorte, da colagem, do jogo, do corpo em movimento, da dança, enfim, uma sistêmica didática interativa e propositiva que propicie maneiras de favorecer o linguajar (Maturana, 1997).
Para Maturana (1997), os sentidos estão na dinâmica relacional que existem e dependem da interioridade corporal, onde nossos pensares emergem em redes de conversações e coordenações de coordenações consensuais geradoras de ações com significados e sentidos nas emoções e nas condutas de cada um de nós. Ao convivermos com domínios relacionais diferentes, expressamos diferenciados domínios de nossas relações e isso nos permite produzir sentidos diferenciados, ao vivermos em distintos espaços e tempos de aprender e ensinar.
Espaços e tempos de aprender e ensinar em exercício de coexistência com o processo de linguajar, força motriz da dinâmica relacional que produz: indagações, saberes, ideais e ideias, reflexões e produção de sentido existencial. É no conversar, compreendido aqui como versar com o outro, que podemos elaborar coordenações de coordenações consensuais de ações, reações e novas ações, num movimento recursivo, complexo e favorecedor de práticas educativas onde possamos perseguir a completude daautopoiese[11].
Assim, a autoria de pensamento real e efetiva é semeada, cuidada, germinada e nutrida quando é produzida no espaço do diferencial, em meio às complexas redes de significados e sentidos que estamos inseridos, mas nem sempre contextualizados [12].
A autoria de pensamento real e efetiva emerge quando nos retiramos do lugar comum e nos propomos:
· A perguntar;
· Ao posicionar-se frente ao desconhecido;
· A sermos capazes do estranhamento;
· A questionar a realidade dada;
· A refletir sobre os sentidos e significados do diálogo e do conversar;
· Ao encontro com a diversidade e com a diferença;
· Aos processos de novas percepções sobre continuidades, descontinuidades e rupturas;
· A compreender as diferenças entre identidade e semelhança, alteridade e igualdade.
· E talvez, mais difícil e por isso mesmo, não menos importante: o estabelecer autorias coletivas de pensamento, que repercutam modos de pensar individuais que se apóiem em movimentos coletivos, representantes de grupos, por exemplo;
Na tessitura das ideias até aqui expostas, é interessante destacar a necessidade de termos presente, nos espaços e tempos do ensinar e do aprender com produção de sentido, a alegria do encontro com a autoria, como nos ensina Fernández [13], pois tal alegria manifesta-se no linguajar como domínios de relações onde participamos como sujeitos autores, constituídos em contingências próprias, expressivas, marcadas por singularidades e pelas interações com os outros, consigo mesmos, com o mundo.
Será com o autorizar-se a ver sentido em nossos próprios percursos comoaprendentensinantes que ampliaremos nossas relações com outros sujeitos e grupos com os quais estabelecemos possibilidades de convivências, do estarjuntocom, intervindo, acompanhando, participando, organizando, anotando, desenvolvendo observações, participando.
A alegria do encontro com a autoria propicia novas maneiras de elaborarmos modos diferentes de navegação com as tantas possibilidades que ocorrem nos encontros com os outros, no intercambio de ideias através da fala e do registro, do diálogo e da reflexão, da ação por si mesma e da ação pensada, do levantamento de hipóteses, da atividade grupal, da reflexão coletiva, da produção individual, das construções singulares de estratégias comunicativas, transcendendo conhecimentos postos e desmistificando perspectivas reducionistas.
Neste sentido, o trabalho que venho realizando com grupos de formação, ao longo do tempo, me possibilita mapear registros do que utilizo como estratégia principal de intervenção e, hoje, penso mais em observar os lugares, os diferentes ritmos e tempos, as mudanças possíveis nas interações, do que buscar, em vão, abranger a totalidade dos processos vividos, pois também acredito ser possível “desmontar solenidades territoriais para ir germinando autorias: essa é a alegria que cresce nos grupos”.[14]
Nas práticas da docência em Educação e Psicopedagogia, a busca maior tem sido a de colaborar para a criação de redes de conversações capazes de promover o fazer emergir novas autorias, através de exercícios de escritas e tessituras criativas, através de oficinas de produção textual, com os “diários de bordo como registros de aprendências”, realizados sempre que é possível em redes interativas que se constituem no intercâmbio mesmo do que se produziu ao longo dos períodos de realização dos cursos de formação. São marcas que foram se acoplando a própria prática, configurando alguns sentidos identitários de uma metodologia proativa que cultiva diferentes estilos e propõe a reafirmação do sentido de pertença ao vivido nos domínios consensuais[15].
Os “diários de bordo como registros de aprendências” [16] servem como referenciais para outras produções seguintes, num repositório de estilos e memórias do vivido, constituindo-se como arquivos subjetivos e intersubjetivos, com colagens, texturas, textos, imagens, bordados, manifestações plurais abertas em redes interativas de auto e hetero-formação que conserva o próprio histórico do como foi produzido, com a incorporação e a difusão de formas e estilos diferenciados. Assim sendo, acaba por ser um modo de seguir motivando novos exercícios de autoria, para capacitar e motivar novas tessituras e feituras em Educação e Psicopedagogia, produzindo novas reflexões sobre o importante papel do professor em nosso tempo[17].
Aprender e ensinar, ensinar e aprender: a ênfase na motivação, o professor e seu papel importante papel.
"Se os professores modificam sua atitude,
os alunos conseguem aprender.
Um professor é alguém que acredita que
seus alunos podem aprender.”
Alicia Fernández
Será que ainda teremos muito que continuar a enfatizar sobre a importância da motivação no trabalho do professores? É muito interessante ressaltar que professores, mesmo que estejam sob mesmas condições (de escolas, formação e salários), apresentam uma diferenciação interessante: alguns não conseguem realizar um bom trabalho, atrair os seus alunos, despertar o desejo de aprender, enquanto outros fazem isso com maestria.
O que gera motivação para que alguns realizem suas ações com alegria e amorosidade e outros não? Sabemos da inexistência de um paradigma único de percepção sobre esta realidade, mas não podemos esquecer que alguns fatores interferem neste processo, de modo contundente. Aspectos gerais tais como: capacidade de persuasão, habilidades sócio-comunicacionais, características de personalidade empática, carisma, competências em facilitar relações interpessoais, capacidade de fomentar diálogos abertos e criativos, habilidades de gerenciamento de conflitos, enfim, fatores determinantes sobremaneira para que nossas intervenções sejam bem sucedidas, pois interferem em nossas potencialidades de relação e de comunicação motivadora.
Se, como professores, deixarmos de ser sujeitos que apenas lecionam e passarmos a serinterventores que buscam articular conhecimentos que possuam significados e sentidos paraaprendentes e ensinantes em processos de interação efetiva (e afetiva), teremos mobilizações cognitivas que fazem emergir capacidades sinérgicas favorecedores de sintonias interpessoais altamente nutridoras de nossas aprendências e ensinagens.[18]
Comunicação motivadora é um desafio permanente ao desenvolvimento de nossas práticas interativas, que favorece o trabalho pedagógico, a meu ver, sempre uma intervenção psicossocioeducativa. Sabemos que uma das melhores maneiras de conseguirmos o estabelecimento de vínculos positivos está em demonstrar que, além de interessarmo-nos verdadeiramente pelos nossos campos de ações e pesquisas, principalmente nos objetivamos a adentrarmos com afetividade no mundo e nos interesses dos nossos alunos,educandos, aprendentes, como queiramos chamar aqui aqueles que participam de nossas intervenções.
Intervenções psicossocioeducativas no campo da docência e das ações educativas serão bem sucedidas quando preparadas não para o fracasso, mas sim para o sucesso. Se buscarmos estar preparados para o desenvolvimento de relações onde a afetividade esteja presente, serão criadas predisposições para atitudes positivas frente ao trabalho a ser exercido, pois todos nós captamos, de modos conscientes e inconscientes, a confiabilidade, a mansidão, a doçura, a afabilidade, a maleabilidade que, a partir de todas as minhas práticas de intervenção, posso afirmar serem geradoras de expectativas positivas e otimistas frente ao desafio de conectar aprendizagem com ensinagem.[19]
Aprender é ensinar, ensinar é aprender.
Ao aprender e ensinar somos mundos que se conectam: o eu e o outro na busca do conhecer, do saber, do saber fazer, do ser fazer saber, do saber fazer-se SER. Como ensinantes e aprendentes, somos o sal da terra, a luz do mundo, o fermento na massa, pois agirmos em prol da evolução de todos. Sermos generosos neste movimento é propiciar a alegria do exercício coletivo e pleno da autoria de pensamento, da autonomia do sujeito humano, vivendo as aventuras e desventuras de interagir no movimento do mundo, complexo por excelência.
Cada sujeito aprendente e ensinante é um mundo particular, repleto de suas vivências, que vão muito além de tão somente ser seres da cognição. Somos emoção e vida, morte e essência, somos fruto de um tempo, resultado de nosso caminhar humano de evolução. A construção/reconstrução de uma nova “civilização”, onde a afetividade seja repleta de amorosidade, nos convoca a pensar num outro mundo possível, onde a teia da vida (re)signifique práticas, fomente o desejo de mais e melhor vida, nos tempos e espaços de nossas intervenções, sempre compreendidas como uma (re)invenção cotidiana de viver e estar junto com os outros, sempre diversos de nós mesmos.
Aprendizagem/ensinagem são processos de co-autoria, de co-participação: se aprende com alguém que ensina, se ensina quando alguém aprende. Uma nova sociedade, de fato aprendente, compreende o ser em sua inteireza, percebe que somos irmanados no sentido pleno desta palavravida: percebe as palavras como essência de mundo, essência do existir.
Nossa constituição como sujeitos é resultante de todo este processo e será possível outro tempo somente se buscarmos a renovação diária de nossas ações e condutas e se percebemos o mundo como uma grande possibilidade de encontro humano. É no espaço e no tempo do aprenderensinar que podemos encontrar significados e sentidos para nossas existências e urge (re)configurar modelos, rever atos e fatos, criar novas metodologias, mais ativas e participativas, onde o intercâmbio de saberes e ignorâncias possibilite a (re)criaçãode um novo ser humano, que se perceba como um sujeito desejante do (re)encontrar-seconsigo mesmo, elaborando a assunção amorosa de nossas tantas limitações, de nossas potencialidades e possibilidades, de nossos dons pessoais.
Aprender e ensinar é (re)encontrar-se com outros sujeitos também desejantes, reconhecendo em todos e em cada um o seu próximo, o seu semelhante, um irmão, um amigo, um co-autor de sua subjetividade, de sua história e lenda pessoal. Aprender e ensinar é(re)encontrar-se com nossa humana natureza, nem sempre em nós presente de forma consciente, mas que é sempre fomentadora de novos vínculos entre o eu e outro, entre o outro e o mundo, entre os diferentes eus e os outros, que juntos interagem como viventes na imensa comunidade humana que nos constitui.
Aprenderensinar é sabermos de nosso passado, é vislumbrarmos um futuro, mas essencialmente é nos percebermos como uma grande possibilidade de fazermos, cada um de nós, a nossa parte, nos imensos desafios do nosso tempo presente: por isso, devemos desejar, agir e buscar elaborar nossos processos e ações como ensinantes, eternos aprendentes, aprendentes eternos ensinantes de nosso tempo presente, acreditando, vinculando, pesquisando, aliando teoria e prática, reconstruindo, promovendo a autoria de pensamento, educando pela pergunta, pela aprendizagem significativa, pela emancipação humana. Caminhos do coração. Estradas da emoção, pontes do afeto. [20]
Criação de vínculos, afeto e amorosidade: desafio permanente em utópicos caminhos?
“(...) Para tanto, trabalho a fazer não falta, para tanto , lutas e batalhas a travar também não. Mas é preciso renovar nossas forças, lançar novos vôos, caminhar desejando que a alegria de ensinar e educar contagia nossas vidas e supere nossos cansaços de tantas injustiças, exclusões e infelicidade. Ensinar é acreditar." [21]
Justificando alguns aspectos e aproximando ideias como discussão sobre a criação de vínculos, afeto e amorosidade como um desafio permanente em utópicos caminhos, acredito que é preciso, cada vez mais, darmos ênfase ao sentido maior da palavra crise, transmutada em oportunidade: vivemos, todos nós, num mundo diferente do que existia há dez anos, visto que as mudanças presentes nos processos comunicacionais afetaram nossos modos de agir, fazer, aprender, ensinar, viver.
A sociedade atual se apresenta em transformações profundas e cotidianas, mediante a complexidade e a dimensão planetária dos nossos problemas. Portanto, exige de cada um de nós ao menos uma necessária e permanente conduta: aprender sempre, de modo constante, em todas as situações que vivenciamos em nossas vidas pessoais, nas interações com os outros, em nossos ofícios e instituições.
Aqui reside outro ponto de partida às nossas reflexões: as contribuições da Psicopedagogia em todo este contexto, convocando-nos à construção de relações mais verdadeiras, pautadas na diferença e na pluralidade, na alegria e na motivação e, claro, na ativa participação de todos no processo de criar sentidos e significados para uma nova vida, mais plena e digna para todos.
De modo muito biográfico, sinto e penso que a Psicopedagogia favorece novos pontos de partida aos sujeitos em movimentos por suas aprendizagens e autorias. Nas múltiplas experiências com formação de ensinantes e profissionais psicopedagogos ao longo dos últimos anos, tenho feito inúmeras reflexões a respeito das contribuições da Psicopedagogia no contexto citado acima. O que tenho observado e vivenciado, vivido com a intensidade de produzir novos significados e sentidos ao meu próprio caminhar, ao meu agirfazer?
A Psicopedagogia, quando compreendida como uma EAM (Experiência de Aprendizagem Mediada), acaba por nos convocar à construção de relações mais verdadeiras. Com esse movimento elaboramos e reelaboramos significados às nossas trajetórias como aprendentese ensinantes e, com isso, seguimos na busca de organização de informações e de conhecimentos, nos conduzindo para melhores momentos de sabedoria nas tomadas de decisão em nossas vidas. No entanto, isso não significa afirmar que a Psicopedagogia é a salvação de todas as nossas mazelas, que é a redenção de nossas tantas limitações.
Ao contrário, com a Psicopedagogia estabelecemos novos olhares para os distintos modos como operamos a condução de nossas histórias de vida, além de validarmos outros momentos de nossas próprias biografias: por isso o uso da afirmativa “a possibilidade do (re)encontro”.
Tempo, linguagem, trabalho, pesquisa, escuta, olhar e registro: sete movimentos essenciais ao desenvolvimento da autoria de pensamento, processo psicopedagógico essencial à formação e assunção da Psicopedagogia como modo de ser e estar sempre aprendensinanteem conjugação ativa e (des)organizada, que vincula nossas vidas nas dimensões:
• Do Cuidado;
• Do Intercâmbio;
• Da Amorosidade;
• Da Construção Coletiva;
• Do Fomento Ativo à Autoria;
• Da Continuada Formação;
• Da Pesquisa como Processo Permanente.
Penso e sinto interesse imenso em propor pesquisas, em trabalhos futuros, sobre a aliança entre os sete movimentos essenciais ao desenvolvimento da autoria de pensamento com as dimensões acima expressas, ampliando relações e reflexões ao criar um conjunto de idéias que entrelacem Tempo e Cuidado, Linguagem e Intercâmbio, Trabalho e Amorosidade, Pesquisa e Construção Coletiva, Escuta e Fomento Ativo à Autoria, Olhar e Continuada Formação, Pesquisa como Processo Permanente e Registro, numa possível contribuição às nossas compreensões sobre os novos modos de ser e estar nas escolas, nas famílias e nas instituições.
Conclusão: Ideias para se discutir, pontos de vista para se partilhar em aberturas para diálogos e interações.
Somos sujeitos desejantes e por isso sujeitos aprendentes. Onde reside o desejo, há permanente busca por novas aprendizagens e este processo é ininterrupto. Vivemos numa sociedade que faz com que o desejo de aprender seja foco e desafio, pois só há mudança efetiva na complexidade da realidade quando comportamentos e pensamentos são alterados, transformados.
Não podemos nos manter em posição de paralisia: é vital o mover-se na propositura da continuidade de nossas formações. É desafio perene o seguir adiante, mesmo com as adversidades que são geradas pela falta de condições mais adequadas ao nosso viver.
É importante fazer uso do que se tem disponível, ampliar competências, habilidades e, principalmente, construir novos saberes, reforçando sempre que em nossas incompletudes está situado o acreditar nas potencialidades humanas de superação das dificuldades que nos são apresentadas.
Quem atua em Educação e em formação continuada, se observa, em muitos momentos, vivenciando ciclos que se alternam entre o desejo de seguir em frente e a vontade de desistir, principalmente frente ao descaso que acabamos muitas vezes ver presentes na realidade cotidiana nos espaços e tempos de nossas ações, de nossos fazeres.
Vital, em todo este processo, é rever caminhos, percursos e trajetórias e verificar, com tal revisão, aspectos que podem favorecer nosso ressignificar, nosso caminhar com positividade utópica, pois jamais teremos a capacidade de estarmos plenos e satisfeitos, pois ao atingirmos determinados objetivos ou alcançarmos algumas de nossas metas, cada um de nós terá outras posições para alcançar, outras tarefas para cumprir, outros desejos para realizar num eterno recomeçar.
Propondo-me a recomendação de Josso (2010), busco permanecer em meus exercícios de autoria de pensamento, no desejo de aprender e no prazer de ensinar, para seguir fazendo que cada um de meus aprendentes possa: “(...) aceitar a experiência de que sua formação é uma pesquisa em si e que a pesquisa na qual ele se envolve lhe permitirá clarear e até mesmo transformar seu projeto de formação.” [22]
As ideias aqui expostas se nutrem por tais questões e o desejo maior, efetivamente, é o de sequenciar em processos de discussão, propondo-se a intercambiar diferentes pontos de vista partilhados em novas aberturas para diálogos e interações. Se seguirmos adiante acreditando que o objetivo maior da Educação é a geração da felicidade, importante sempre é o recomeçar, como nos alerta Demo (2002):
A felicidade tem a lógica e a consistência da flor: não há como separar sua beleza da fragilidade e do fenecimento. O fenecimento não é apenas a destruição da beleza, mas condição de recomeço.[23]
Recomecemos, então.
Notas:
BEAUCLAIR, João. Pedagogia da Amorosidade como Estratégia Interdisciplinar de Intervenção Psicossocioeducativa na Educação para a Paz. Projeto final para obtenção do DEA Diploma de Estudios Avanzados em Intervención Psicosocioeducativa. Universidade de Vigo, Faculdade de Ciências da Educação, Campus de Ourense, Galícia, Espanha, 2010.
BEAUCLAIR, João. Interdisciplinaridade, Auto(Eco)Formação e Histórias de Vida: Proposições Reflexivas, a partir da Autoria de Pensamento, na Formação de Professores num Mundo em Crise. III Congresso Internacional Diálogos sobre Diálogos, Faculdade de Educação da UFF - Campus do Gragoatá, Niterói, 2010.
BEAUCLAIR, João. Quem aprende ensina. Quem ensina aprende. Contribuições reflexivas a partir da Psicopedagogia. Revista Direcional Educador, edição 61, São Paulo, fevereiro/2010.
BEAUCLAIR, João. Um pouco mais de desejo, de autoria, de pensamento: uma saída de emergência? Publicado em 28/10/2010 e disponível emhttp://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo.asp?entrID=1297
BEAUCLAIR, João. Para entender psicopedagogia: perspectivas atuais, desafios futuros. Editora WAK, Rio de Janeiro, 2006. Terceira edição 2009.
BEAUCLAIR, João. Dinâmica de Grupos: MOP Metodologia de Oficinas Psicossocioeducativas (uma introdução). Editora WAK, Rio de Janeiro, 2009.
BEAUCLAIR, João e CARVALHO, Seilla. Sinergia: aprender e ensinar na magia da vida (uma introdução. http://www.abpp.com.br/artigos/105.htm Publicado em outubro de 2009.
BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Editora WAK, Rio de Janeiro, 2004. Terceira edição 2008.
BEAUCLAIR, João. Ensinar é Acreditar, Coleção Ensinantes do Presente, Volume I. WAK Editora, Rio de Janeiro, 2008.
BEAUCLAIR, João. Do fracasso escolar ao sucesso na aprendizagem. Editora WAK, Rio de Janeiro, 2008.
BEAUCLAIR, João. Aprender é ensinar, ensinar é aprender. In: Caminhos da Psicopedagogia: o referencial da ABPp no Sul de Minas. Informativo do Núcleo Sul Mineiro da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Varginha, Julho de 2008.
BEAUCLAIR, João. "Me vejo no que vejo": o olhar na práxis educativa psicopedagógica. Exclusiva Publicações, São Paulo, 2008.
BEAUCLAIR, João. Educação & Psicopedagogia: aprender e ensinar nos movimentos de autoria. Pulso Editorial, São José dos Campos, São Paulo, 2007.
BEAUCLAIR, João. Aprendizagem significativa e construção de Diários de Bordo: configurando registros na práxis de formação em Psicopedagogia. Revista Científica da FAI, volume 5, número 1, Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, 2005.
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[1] BEAUCLAIR, João. Pedagogia da Amorosidade como Estratégia Interdisciplinar de Intervenção Psicossocioeducativa na Educação para a Paz. Projeto Final para obtenção do DEA Diploma de Estudios Avanzados em Intervención Psicosocioeducativa. Universidade de Vigo, Faculdade de Ciências da Educação, Campus de Ourense, Galícia, Espanha, setembro de 2010.
[2] BEAUCLAIR, João. Um pouco mais de desejo, de autoria, de pensamento: uma saída de emergência? Publicado em 28/10/2010 e Disponível emhttp://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo.asp?entrID=1297
[3] SORDI, Regina Orgler. Os materiais da autoria. Revista E.Psi.B.A. Psicopedagogía. Buenos Aires, Argentina, número 11, 2004, p 80.
[4] MATURANA, Humberto R. e VARELA, Francisco G. A árvore do conhecimento: As bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Editorial Psy II, 1995.
[5] MATURANA, Humberto e VERDEN-ZÖLLER, Gerda. Amor y Juego: fundamentos olvidados de lo humano – desde el Patriarcado a la Democracia 5. ed. Santiado de Chile: Editorial Instituto de Terapia Cognitiva, 1997.
[6]BEAUCLAIR, João. Autoria de pensamento, aprendências e ensinagens: novos modelos e desafios na produção de conhecimento em Psicopedagogia. Disponível emhttp://www.abpp.com.br/artigos/34.htm
[7] FERNANDÉZ, Alicia. O saber em jogo: a Psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre, Editora Artmed, 2001, p. 90.
[8] PAÍN, Sara. Subjetividade e objetividade. Relação entre desejo e conhecimento. São Paulo: CEVEC, 1996.
[9] FERNANDÉZ, Alicia. O saber em jogo: a Psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre, Editora Artmed, 2001, p. 55.
[10] BEAUCLAIR, João. Aprendizagem significativa e construção de Diários de Bordo: configurando registros na práxis de formação em Psicopedagogia. Revista Científica da FAI, volume 5, número 1, Santa Rita do Sapucaí, MG, 2005.
[11] BEAUCLAIR, João. Neuropsicologia e Biociências: Aprendendo Ecologia Humana com um novo olhar - sobre si mesmo e os outros- a partir da Autopoiese. In: CAPOVILLA, Fernando César e RIBEIRO DO VALLE, Luiza Helena. Temas Multidisciplinares de Neuropsicologia e Aprendizagem. Tecmedd, Ribeirão Preto, 2004.
[12] Maturana, Humberto. Emociones y Lenguaje en Educacion y Politica. 9. ed. Santiago de Chile: Dolmen Ediciones, 1997.
[13] FERNANDÉZ, Alicia. O saber em jogo: a Psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre, Editora Artmed, 2001, páginas 122, 123, 124, 125 e 126.
[14] Idem. Página 124.
[15] BEAUCLAIR, João. Interdisciplinaridade, Auto(Eco)Formação e Histórias de Vida: Proposições Reflexivas, a partir da Autoria de Pensamento, na Formação de Professores num Mundo em Crise. III Congresso Internacional Diálogos sobre Diálogos, Faculdade de Educação da UFF - Campus do Gragoatá, Niterói, 2010.
[16] BEAUCLAIR, João. Aprendizagem significativa e construção de Diários de Bordo: configurando registros na práxis de formação em Psicopedagogia. Revista Científica da FAI, volume 5, número 1, Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, 2005.
[17] BEAUCLAIR, João. Educação & Psicopedagogia: aprender e ensinar nos movimentos de autoria. Pulso Editorial, São José dos Campos, São Paulo, 2007.
[18] BEAUCLAIR, João e CARVALHO, Seilla. Sinergia: aprender e ensinar na magia da vida (uma introdução. http://www.abpp.com.br/artigos/105.htm Publicado em outubro de 2009.
[19] BEAUCLAIR, João. Do fracasso escolar ao sucesso na aprendizagem. Editora WAK, Rio de Janeiro, 2008.
[20] BEAUCLAIR, João. Aprender é ensinar, ensinar é aprender. In: Caminhos da Psicopedagogia: o referencial da ABPp no Sul de Minas. Informativo do Núcleo Sul Mineiro da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Varginha, Julho de 2008.
[21] BEAUCLAIR, João. Ensinar é Acreditar, Coleção Ensinantes do Presente, Volume I. WAK Editora, Rio de Janeiro, 2008, p. 23.
[22]JOSSO, Marie-Christine. Caminhar para si. Tradução Albino Pozzer. Coordenação Maria Helena Menna Barreto Abrahão. EDIPUCRS, Porto Alegre, 2010, p. 251.
[23] DEMO, Pedro. Combate à pobreza: desenvolvimento como oportunidade.Campinas: Autores Associados, 2002, p. 53.
Joao Beauclair
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