Rosane Ines De Rossi Lisboa[1]
Alicio Schiestel [2]
RESUMO: As crianças com TDA têm um profundo amor à
vida. Escolhem viver a vida em sua plenitude buscando o fim antes do último
capítulo. Passam a maior parte de seu tempo buscando emoções, aventuras,
projetos, amores, tudo para viver mais intensamente. Para elas tudo é muito.
Muita dor, muita alegria, muito prazer, muita fé, muito desespero. É preciso
entender a força poderosa que esse impulso pode ter quando bem direcionado na
construção de uma existência que valha tanto a eles quanto à humanidade,
identificando habilidades positivas na criança como aporte no desenvolvimento
da melhoria da qualidade de vida e desempenho escolar. Para tanto, é necessário
que os profissionais de ensino tenham um maior conhecimento sobre a criança
portadora de TDA para desenvolver aspectos positivos e de incentivos. A criança
precisa se sentir amada e valorizada.
Palavras-chave: Desatenção;
Desempenho; Valorização.
INTRODUÇÃO
Conforme
Ana Beatriz Barbosa Silva (2009, p.19), o comportamento TDA nasce do que se
chama trio de base alterada. É a partir desse trio de sintomas – formado por
alterações da atenção, da impulsividade e da velocidade da atividade física e
mental – que se irá desvendar todo o universo TDA, que muitas vezes, oscila
entre o universo da plenitude criativa e o da exaustão de um cérebro que não
para nunca. A criança com comportamento TDA pode ou não apresentar
hiperatividade física, mas jamais deixará de apresentar forte tendência à
dispersão.
O
TDA tem muitas conotações negativas e, infelizmente, por causa disso, as
características positivas das pessoas diagnosticadas são ignoradas, apesar
destas demandarem maior incentivo nesse sentido. O constante estímulo destas
habilidades representam um grande passo
na direção da minimização dos sintomas habitualmente descritos e na construção
de uma forte autoestima, tão necessária nestes casos.
Dificuldades
maiores começam a surgir no âmbito escolar quando a criança é solicitada a
cumprir metas, seguir rotinas e executar tarefas. A criança TDA agora precisa
ajustar-se às regras e à estrutura de uma educação continuada, em que há cobrança
de desempenho.
Sendo
assim, a questão que rege o problema em estudo é: Como o professor pode ajudar
uma criança TDA a melhorar sua qualidade de vida e garantir um aproveitamento
escolar satisfatório?
É
fundamental identificar habilidades
positivas na criança TDA como aporte no desenvolvimento da melhoria da
qualidade de vida e desempenho escolar, considerando aspectos positivos e de
incentivos.
Os transtornos mais
conhecidos ligados à educação hoje são o TDA – que se caracteriza por sintomas
de desatenção, inquietude e impulsividade; Transtorno de Leitura chamado
dislexia que envolve as áreas da leitura, escrita e soletração; Transtorno da
Expressão Escrita disortográfica ligado à escrita e também associado à
dislexia; Discalculia relacionado à matemática e suas operações; e Transtorno
de Oposição Desafiadora, ou seja o TOD,
caracterizado pela desobediência e comportamento hostil.
É
necessário que a escola e mais especificamente professor lance um olhar
diferenciado sobre o TDA com a finalidade de valorizar os aspectos positivos de
uma criança com essas dificuldades, procurando melhorar sua qualidade de vida e
seu desempenho escolar.
O
professor exerce papel fundamental neste processo, mantendo contato direto com
a família e profissionais da saúde. Além do tratamento médico e/ou psicológico,
é fundamental que a criança com TDA se sinta em um ambiente adequado e
receptivo, aberto às diferenças e às variações no ritmo de aprendizagem. A
criança precisa se sentir amada, incentivada e com a autoestima elevada.
Este
trabalho de pesquisa terá como etapa fundamental a busca pelo conhecimento
teórico e será “feito o levantamento, seleção e arquivamentos” de dados
considerados importantes. A pesquisa bibliográfica pode ser feita em livros ou
via Internet.
Sendo
assim a pesquisa para elaboração do artigo será fundamentada em fontes
bibliográficas.
UM OLHAR DIFERENCIADO SOBRE TDA
O Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico e não mais uma lesão neurológica.
Nos anos 60, devido à dificuldade de comprovação da lesão neurológica, sua
definição adquiriu uma perspectiva mais funcional, caracterizando-se como uma
síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial a atividade motora
excessiva. Ela nasce com o indivíduo; aparece já na primeira infância e quase
sempre acompanha o indivíduo por toda a sua vida.
Caracteriza-se por sinais claros e
repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade, mesmo quando a criança,
jovem ou adulto tenta não mostrá-lo. Na década de 80, a partir de novas
investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de
síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de
controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é
resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de
objetivos e metas a que é submetida. É
uma doença reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), tendo inclusive
em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este
transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares.
Há muita controvérsia sobre o assunto, alguns especialistas defendem o
uso de medicamentos e outros que, por tratar-se de um Transtorno Social, o
indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos ou
ainda especialistas que entendem que a medicação e psicoterapia associadas
podem ajudar.
O
TDA é caracterizado por três principais sintomas: distração, impulsividade e
hiperatividade. Uma vez que estas três características são muito comuns na
população infantil, é preciso saber distinguir uma criança TDAH de uma
“normal”, afinal, são típicas da infância a agitação, as correrias, a falta de
atenção em atividades encadeadas e um tanto prolongadas, principalmente se não
tiverem algum atrativo especial.
O
sinal que pode diferenciar uma criança TDA de outra que não seja é a
intensidade, a frequência e a constância das três principais características.
Tudo na criança TDA parece estar “a mais”. Ela é mais agitada, mais bagunceira,
mais impulsiva, mais distraída e mais dispersa.
O
principal instrumento para avaliar a possibilidade de uma criança ser TDA é a
observação. O observador deve ser capaz de captar as nuanças, não somente no
comportamento manifesto da criança, como também “pescar” nos relatos de pais
e/ou outras pessoas de seu convívio, os
fatores que caracterizam uma criança com TDA.
De
forma resumida, seguem algumas dicas que servem de auxílio para dar o primeiro
passo rumo ao diagnóstico de TDA em uma criança, segundo Corinne Smith e Lisa
Strick (2001, p.39):
•
Frequentemente movimenta mãos ou pés ou se
contorce na cadeira (em adolescentes pode estar limitado a sentimentos
subjetivos de desconforto).
•Tem dificuldade de permanecer sentado quando solicitado.
• Distrai-se facilmente com estímulos externos.
• Tem dificuldades de aguardar a vez em jogos ou situações de grupo.
• Frequentemente responde as perguntas antes de estas serem completamente formuladas.
• Tem dificuldade de seguir completamente as instruções dadas (não por birra ou falha na compreensão).
• Tem dificuldade de manter a atenção centrada nas tarefas ou atividades lúdicas.
• Frequentemente troca de uma atividade incompleta para outra.
• Tem dificuldade de brincar quieto.
• Frequentemente fala excessivamente.
• Frequentemente interrompe ou intromete-se nas atividades dos outros.
• Frequentemente parece não estar ouvindo o que se lhe diz.
• Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades na escola ou em casa (brinquedos, livros, lápis, etc.).
• Frequentemente envolve-se em atividades fisicamente arriscadas sem considerar as possíveis consequências (não em busca de aventura) como atravessar repentinamente a rua sem olhar.
O fato é que o TDA é um distúrbio muito comum e afeta cerca de 5 a 6% das crianças em idade escolar sendo mais frequente nos meninos (três para cada menina, segundo Kendall, 1993).
•Tem dificuldade de permanecer sentado quando solicitado.
• Distrai-se facilmente com estímulos externos.
• Tem dificuldades de aguardar a vez em jogos ou situações de grupo.
• Frequentemente responde as perguntas antes de estas serem completamente formuladas.
• Tem dificuldade de seguir completamente as instruções dadas (não por birra ou falha na compreensão).
• Tem dificuldade de manter a atenção centrada nas tarefas ou atividades lúdicas.
• Frequentemente troca de uma atividade incompleta para outra.
• Tem dificuldade de brincar quieto.
• Frequentemente fala excessivamente.
• Frequentemente interrompe ou intromete-se nas atividades dos outros.
• Frequentemente parece não estar ouvindo o que se lhe diz.
• Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades na escola ou em casa (brinquedos, livros, lápis, etc.).
• Frequentemente envolve-se em atividades fisicamente arriscadas sem considerar as possíveis consequências (não em busca de aventura) como atravessar repentinamente a rua sem olhar.
O fato é que o TDA é um distúrbio muito comum e afeta cerca de 5 a 6% das crianças em idade escolar sendo mais frequente nos meninos (três para cada menina, segundo Kendall, 1993).
A hiperatividade é conceituada
como um subtipo do TDA que a inclui.
Atualmente o diagnóstico de
hiperatividade reflete um conceito nos quais componentes cognitivos e motores
coexistem e envolve atividade motora elevada, impulsividade, déficit na atenção
e na conduta social e agressividade.
É comum que o avanço da idade traga melhoras aos períodos de atenção e
facilite a terapia centrada na modificação dos hábitos negativos e valorização
das atitudes positivas.
ASPECTOS POSITIVOS DO TDA: Segundo Ana Beatriz Barbosa Silva
O
TDA tem muitas conotações negativas e, infelizmente, por causa disso, as
características positivas das pessoas diagnosticadas são ignoradas apesar
destas demandarem maior incentivo nesse sentido.
Até o momento estão relacionadas algumas
características positivas frequentes nos portadores do TDA:
• Sensibilidade.
• Compreensão dos sentimentos alheios.
• Sentimentos profundos.
• Naturalmente criativos (incluindo a solução de problemas).
• Inventivos.
• Frequentemente veem as coisas de uma perspectiva peculiar.
• Bons em encontrar coisas perdidas (como pessoas em uma multidão).
• Têm percepção acurada.
• Cômicos.
• Espontâneos.
• Engraçados.
• Energéticos.
• Abertos, transparentes.
• Não guardam ressentimentos.
• Rápidos nas atividades que gostam de realizar.
• Difíceis de enganar.
• Penetram as pessoas e situações vendo além das aparências.
• Seguros.
• Sociáveis.
• Multidisciplinares.
• Originais.
• Observadores.
• Leais.
• Tendidos a realizarem tarefas porque querem e não porque devem.
• Compreensão dos sentimentos alheios.
• Sentimentos profundos.
• Naturalmente criativos (incluindo a solução de problemas).
• Inventivos.
• Frequentemente veem as coisas de uma perspectiva peculiar.
• Bons em encontrar coisas perdidas (como pessoas em uma multidão).
• Têm percepção acurada.
• Cômicos.
• Espontâneos.
• Engraçados.
• Energéticos.
• Abertos, transparentes.
• Não guardam ressentimentos.
• Rápidos nas atividades que gostam de realizar.
• Difíceis de enganar.
• Penetram as pessoas e situações vendo além das aparências.
• Seguros.
• Sociáveis.
• Multidisciplinares.
• Originais.
• Observadores.
• Leais.
• Tendidos a realizarem tarefas porque querem e não porque devem.
O constante estímulo destas habilidades e de
todas as que as crianças acometidas pelo TDA possam apresentar, representam um
grande passo na direção da minimização dos sintomas habitualmente descritos e
na construção de uma forte autoestima, tão necessária nestes casos.
Não é tarefa do professor o diagnóstico do
TDA, entretanto se pode e deve fazer perguntas, saber se a criança fez teste de
audição e visão recentemente e afastar a possibilidade de outros problemas
médicos. Esteja certo de que uma avaliação adequada seja feita. A
responsabilidade é dos pais, mas o professor deve dar suporte ao processo.
Para melhorar a
qualidade de vida de uma criança TDA e garantir um aproveitamento escolar
satisfatório, a escola e a família precisam estar em fina sintonia.
As crianças com TDA são
geralmente muito intuitivas. Elas podem dizer como aprendem melhor se você
perguntar-lhes, mas podem sentir-se embaraçadas com as informações já que estas
são frequentemente excêntricas. Procure sentar-se com a criança individualmente
e perguntar-lhe como ela pode aprender melhor. A própria criança é a pessoa
mais indicada para dar tal informação, mas normalmente ela não é consultada
sobre isso. Especialmente com crianças maiores, certifique-se de que sabem o
que vem a ser o TDA. Isso ajudará a ambos.
É
importante lembrar-se da emoção envolvida no ato de aprender. Essas crianças
precisam de ajuda extra para encontrarem prazer na sala de aula. As pessoas com TDA precisam ouvir as coisas
mais de uma vez.
Tarefas longas
confundem-nas rapidamente e as levam a um sentimento de incapacidade e resposta
negativa do tipo "Eu nunca serei capaz de fazer isso". Dividir as
atividades em partes manuseáveis, cada parte parecendo pequena o suficiente
para ser realizada, poderá fazer com que a criança deixe de lado o sentimento
de incapacidade.
Em geral, estas crianças
podem fazer muito mais do que pensam que podem. Dividindo as atividades, o
professor permite que elas provem isto a elas mesmas. Com crianças mais novas
isso pode ajudar a evitar o nascimento da frustração. Com crianças maiores isso
pode ser útil para evitar as atitudes defensivas que tão frequentemente
bloqueiam seus caminhos.
As pessoas com
TDA adoram brincar. Elas respondem com entusiasmo e isso ajudará a
focalizar a atenção. Uma boa parte do tratamento do TDA envolve as regras,
agendas, listas e outras coisas chatas que você atenuará sendo um professor
mais alegre.
Essas crianças convivem com tantas derrotas que
precisam de todo incentivo possível. Elas adoram ser encorajadas e crescem com
isso. Sem isso elas "encolhem" e "apagam". Frequentemente o
aspecto mais devastador do TDA não é a patologia em si, mas os danos
secundários à autoestima causados principalmente pelo estigma.
Muitas crianças com TDA são vistas como egoístas
quando, na verdade, elas apenas não aprenderam a interagir. Esta habilidade não
vem naturalmente em todas as crianças, mas pode ser ensinada ou treinada.
Essas crianças são muito mais talentosas do que
aparentam ser. É muito importante que se estimule constantemente.
Pessoas
como Einstein, Arquimedes, Leonardo da Vinci, Ampere e outras tantas mais que
conseguiram ultrapassar as dificuldades em sua infância e puberdade
possivelmente o fizeram mediante um grande esforço no sentido de superarem a si
mesmos, mas em épocas em que talvez o brilhantismo não fosse tão cobrado dos
indivíduos como nesta em que vivemos.
Hoje
apenas começa-se a compreender a necessidade de respeitarmos as
individualidades desde a mais tenra infância e o nosso compromisso de
cultivadores de mentes mais sadias e verdadeiramente mais felizes com a
possibilidade de recriar livremente uma nova sociedade para uma nova história
do homem.
Sabe-se
que não existe uma solução simples ou mágica no trato com as crianças TDAs e
que tudo requer tempo, dedicação e persistência. Com o empenho da família, dos
profissionais da saúde e do ensino vão de terminar o futuro dessas crianças
rumo a uma vida menos caótica e mais feliz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As
crianças portadoras de TDA só conseguem manter o foco em algum assunto quando
se sentem emocionalmente envolvidas e interessadas por ele.
Para
melhorar a qualidade de vida de uma criança TDA e garantir um aproveitamento
escolar satisfatório, a escola e a família precisam estar em fina sintonia.
Tanto os pais quanto os professores, orientadores educacionais e os
profissionais da saúde que acompanham a criança devem manter um contato
estreito. É fundamental que a criança com TDA se sinta em um ambiente adequado
e receptivo, aberto às diferenças e às variações no ritmo de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
Silva,
Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade/
Ana Beatriz Barbosa Silva. – Rio de Janeiro : Editora Objetiva, 2009.
Smith,
Corine – Dificuldades de aprendizagem de a a z /Corinne Smith e Lisa Strick.
–Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/10/10/alunos-ou-pacientes/ Estudantes
ou pacientes? Raiana Ribeiro: acessado
em 13 de novembro de 2011
[1] [1]Acadêmica do curso de Pós-Graduação em
Educação Especial Inclusiva Com Enfase Em Deficiência Intelectual, do Centro
Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – Censupeg.
[2] Orientador do curso de Pós-Graduação em Educação Especial
Inclusiva Com Enfase Em Deficiência Intelectual, do Centro Sul-Brasileiro de
Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação – Censupeg.